Conheça as principais reivindicações da Campanha Nacional 2014
A pauta de reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2014 está definida. Reunidos entre os dias 25 e 27 na 16ª Conferência Nacional dos Bancários, os 634 delegados eleitos em todo o Brasil votaram os pontos do documento que será entregue aos bancos. O índice de reajuste para os salários reivindicado este ano será de 12,5% (composto por 6,76% de reposição da inflação projetada mais aumento real de 5,4%). Entre os principais itens econômicos da pauta também estão a Participação nos Lucros e Resultados, de três salários mais R$ 6.247, piso de R$ 2.979,25 (salário mínimo previsto pelo Dieese), além do 14º salário.
Para os vales refeição e alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá, a categoria reivindica o valor de um salário mínimo mensal para cada: R$ 724.
O presidente da Afubesp Camilo Fernandes, que participou da Conferência, ressalta a confecção da pauta em conjunto. “As reivindicações vem ao encontro do anseio da categoria que foi consultada sobre os principais pontos e quais as prioridades”, diz.
Todas as decisões da Conferência tiveram como base as respostas da categoria apontadas em consultas feitas pelos sindicatos em todo o Brasil.
Discurso dos bancos – “Como sempre os bancos e outras grandes empresas chegam a essa época do ano, quando acontecem algumas das maiores campanhas salariais do país, com o discurso de inflação alta e de que os ganhos dos trabalhadores geram aumentos de custos. Mas, na verdade os aumentos reais conquistados pela classe trabalhadora nos últimos anos ajudaram a fortalecer a economia nacional”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Os bancários vão cobrar o fim das metas individuais e abusivas, das demissões, e mais contratações. “Com os cortes promovidos pelos bancos, que têm por único objetivo aumentar o lucro do setor, os empregados que ficam sofrem com a sobrecarga de trabalho e adoecem cada vez mais. Por isso propomos a garantia de emprego e mais contratações”, ressalta a dirigente.
Emprego – Além do fim das demissões e mais contratações, os bancários vão continuar o combate à terceirização fraudulenta de mão de obra, que precariza as condições de trabalho e de representação desses empregados. Esse tipo de terceirização vem sendo defendida em projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, como o PL 4330, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), além de estar previsto para apreciação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vamos continuar atentos a esse processo que só interessa aos empresários, ameaça os direitos da categoria e representa um grande risco à organização dos trabalhadores no Brasil”, reforça Juvandia, lembrando a importância da Reforma Política para alterar esse cenário em que o Congresso defende mais os direitos das empresas que da sociedade em geral.
Saúde e segurança – Os delegados bancários votaram pela manutenção e aprimoramento do instrumento de combate ao assédio moral, conquistado em 2012 e que vem avançando na luta contra os conflitos no ambiente de trabalho. “O modo de gestão dos bancos, com cobranças muitas vezes grosseiras e humilhantes para a venda de produtos, desrespeita os trabalhadores e faz adoecer. O instrumento de combate ao assédio moral, com a participação dos bancários, é um dos mecanismos na luta que o movimento sindical mantém para mudar esse quadro”, saliente a presidenta do Sindicato.
Também será cobrado que os bancos respeitem a legislação de segurança e adotem todas as medidas necessárias – previstas no projeto piloto em andamento na região do Recife (PE) – para coibir sequestros e assaltos em agências, postos de atendimento e demais estabelecimentos. Essa proteção deve abranger inclusive os espaços dos caixas eletrônicos e as agências de negócios, onde há guarda e manuseio de numerário.
Lucro em alta – Os bancos continuam crescendo como sempre no Brasil. O lucro líquido dos cinco maiores (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander), no primeiro trimestre de 2014 bateu a casa dos R$ 13,6 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.
“As instituições financeiras ganham muito no Brasil. Com o crescimento da economia, nos últimos anos, mais trabalhadores passaram a utilizar os serviços financeiros. Apesar desse quadro, devolvem muito pouco à sociedade”, critica Juvandia. “Nossa campanha está começando e cobramos dos bancos esse retorno em melhores salários, distribuição do lucro mais justa, mais empregos bancários para melhor atendimento à população.”
Os bancários definiram que será mantida a estratégia da Campanha Nacional Unificada com bancos públicos e privados na mesa de negociação com a federação dos bancos (Fenaban) e as específicas com as instituições públicas.
Pauta geral – Os delegados da 16ª Conferência, em análise da conjuntura nacional, votaram o apoio à reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República por entender que o Brasil não pode regredir aos anos 1990, tempo de desemprego alto, perda de conquistas principalmente para os trabalhadores de bancos públicos, privatização. “E isso, sem prejuízo da fazer o enfrentamento dos problemas e equívocos que ainda persistem por exemplo nos bancos públicos como BB e Caixa Federal que afetam a rotina e a qualidade de vida dos bancários”, ressalta Juvandia.
Foi reafirmada a manutenção da luta pela aprovação da pauta da classe trabalhadora que prevê, entre outros itens, o fim do fator previdenciário que achata o valor das aposentadorias, investimentos em saúde, educação e transporte públicos com qualidade de vida.
A categoria também vai atuar fortemente na realização, entre os dias 1º e 7 de setembro, do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva da Reforma Política que acabe com a influência do poder econômico nas eleições.
Outro ponto da pauta geral defendida pelos bancários é a luta pela democratização dos meios de comunicação que tem por objetivo dar espaço e voz a todos os setores da sociedade brasileira.
A regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, com atuação socialmente responsável e voltada para o desenvolvimento do país, segue na pauta dos trabalhadores.
Moções – Foram aprovadas várias moções pelos bancários conferencistas, como a de repúdio ao Santander (diante da carta enviada aos clientes de alta renda e que atenta contra a economia brasileira), de apoio ao aumento no número de profissionais na Caixa Federal, de repúdio às demissões dos metroviários de São Paulo, apoio à greve dos professores da Universidade de São Paulo, repúdio à criminalização dos movimentos sociais e o assassinato em massa do povo palestino.
Calendário aprovado – Os delegados bancários votaram por unanimidade um calendário que prevê dias nacionais de luta pelo emprego, contra a terceirização, por mais segurança bancária, além de um específico contra os abusos do Santander. Os trabalhadores também vão realizar um dia de luta com paralisação das atividades durante duas horas, em todo o país, contra as metas abusivas. As datas serão definidas pelo Comando Nacional dos Bancários e divulgadas brevemente.
Principais itens aprovados
• Reajuste Salarial de 12,5%, sendo 5,4% de aumento real, além da inflação projetada de 6,76%
• PLR – três salários mais R$ 6.247
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.979,25)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 724);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho, adoção da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas
• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
• Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
• Cumprimento da Lei 7.102 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante o expediente.
• Recolocação das portas giratórias com detector de metais para a entrada das áreas de autoatendimento das agências. Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários. Estender medidas de segurança aos caixas eletrônicos.
• Igualdade de oportunidades para todos
Agenda política
• Combate à terceirização no Congresso Nacional e no STF
• Reforma política
• Reforma tributária
• Marco regulatório da mídia
• Conferência Nacional do Sistema Financeiro.
• Fim do Fator Previdenciário.
• Saúde, educação e transporte público de qualidade.
• Qualidade de vida
Seeb-SP com edição da Afubesp