Condições de Trabalho: cobrado o fim de metas individuais no Santander
Volume excessivo, trabalho fora da jornada e reuniões diárias nas agências para cobrança foram assuntos debatidos com o banco
O Sindicato participou da reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander nesta quinta-feira 24. Entre os assuntos discutidos, jornada de trabalho extrapolada e reuniões diárias para cobrança do cumprimento de metas. São questões denunciadas pelos funcionários do banco.
O banco ainda não cumpre a cláusula 35 da convenção coletiva, sobre monitoramento dos resultados, com proibição da divulgação do super-ranking individual. Segundo a diretora do Sindicato Maria Rosani, a instituição terminará em breve mudanças no sistema das agências onde apenas gerentes gerais e regionais terão acesso ao desempenho dos funcionários.
Já a respeito das reuniões diárias, o banco informou que a orientação aos gestores é que os encontros devem ser rápidos, apenas para orientação de estratégias. “Cobramos ainda a assinatura de um acordo por venda responsável de produtos bancários. Se o banco já tem esse compromisso na Europa, não há motivo para não acordar também no Brasil, assumindo uma responsabilidade social com seus clientes e trabalhadores”, disse a dirigente.
O Sindicato cobrou uma posição sobre a venda de produtos feita por bancários com função de caixa. “Quem é caixa não pode ser obrigado a vender. Obviamente, o banco deve aproveitar trabalhadores com esse perfil, valorizar suas qualidades, sem assediá-los moralmente para executar venda de produtos”, alerta Maria Rosani. O banco afirmou que os caixas não podem ser avaliados pela sua performance.
Entre as queixas dos bancários do Santander, também está a sobrecarga de trabalho, que vem gerando problemas em diversas áreas. “Existe acúmulo de função, discrepância entre cargos e salários e muito trabalho para poucos funcionários. Todos os problemas podem ser amenizados com mais contratações. O banco alega estar contratando, no entanto, também assume que criou programas para conter o turn over. Está clara a situação de bancários que precisam ficar após sua jornada para dar conta do trabalho, muitas vezes, sem ao menos receber hora extra”, diz a diretora do Sindicato.
A orientação do Sindicato é que o trabalho fora da jornada, sem pagamento de hora extra, seja denunciado aos dirigentes sindicais ou por meio do site do Sindicato. O banco anunciou que um departamento está readequando seu processo organizacional. “Nossa cobrança é sim por uma organização melhor do trabalho, mas isso só poderá se concretizar quando o banco valorizar seus funcionários e contratar mais”, conclui Rosani.
Outros assuntos da pauta, como o trabalho fora do local, jornada (contas universitárias) e desvio de função não foram debatidos, mas serão discutidos na reunião seguinte com o banco, ainda sem data definida.
Seeb SP