Cine Debate estimula troca de idéias entre associados no Qualidade de Vida
Um grupo de idosos que viaja à Índia em busca do próprio interior, além de muitas aventuras pessoais. Este é, basicamente, o roteiro que envolveu a turma de associados na atividade do Qualidade de Vida de setembro, na tarde da quarta-feira (25), com o Cine Debate. Seguindo a linha de eventos sobre cultura, o auditório da Afubesp se tornou uma sala de cinema com a exibição do filme “O Exótico Hotel Marigold” (The Best Exotic Marigold Hotel, 2011), do diretor John Madden.
O filme conta a história dos aposentados Muriel (Maggie Smith), Douglas (Bill Nighy), Evelyn (Judi Dench), Graham (Tom Wilkinson) e mais amigos que decidem curtir a aposentadoria na Índia, um lugar cheio de exotismo. Lá, são recebidos pelo jovem Sonny (Dev Patel). Porém, muitas das coisas que eles imaginaram não saem como o planejado, forçando o grupo a viver novas experiências que mudam o destino de todos.
Após a exibição do longa, os cerca de quarenta colegas entraram em debate sobre os temas abordados no filme. Assuntos como o respeito aos mais velhos, a internação de idosos em casas de repouso e como lidar com a aposentadoria depois de uma vida inteira de trabalho foram trazidos à tona na conversa. “O filme mostra que existe vida após a aposentadoria. Muita gente que conheço, inclusive, pensa que depois dos 60 anos a vida acaba”, disse o associado José Matias, que completou: “Pelo contrário. Quando surge a aposentadoria, existe a chance de se fazer o que gosta”.
O associado Roberto também falou sobre a fase: “Tem gente aqui que viveu para o banco, e não pensou que poderia se aposentar. Não pensou em fazer cursos para se ocupar no futuro, arrumar outro jeito para viver”, pontuou. Esta busca por manter o bem-estar físico e mental na velhice se mostrou uma preocupação recorrente na discussão. A diretora Shisuka Sameshima, que também acompanhou a atividade, colocou em questão o momento de autoreflexão. “Gostaria de pontuar como é importante olharmos sempre para nós mesmos. Buscar nossos sonhos, necessidades enquanto seres humanos”, disse.
Para a banespiana Sílvia, o mais importante é sempre se manter produtivo. “Se você não tem dom para o artesanato, procure algo que te faça bem. Vire cinéfilo, ou o que seja. Mas mantenha-se produtivo. Alguns alicerces precisam estar calcados”, pontuou. A colega usou seu próprio exemplo no debate: ela, que não cozinhava, começou a se aventurar na cozinha após a aposentadoria. “O bom é aprender coisas novas sempre”, ressaltou.
Questionados por Olivia Araújo, coordenadora das atividades do Qualidade de Vida e mediadora do debate, os banespianos fizeram a avaliação final da edição cinematográfica como positiva e consideraram o tema apropriado às suas respectivas realidades. “A discussão é saudável e ajuda a exercitar a mente”, elogiou Matias. Já a colega Theresinha Eliane revelou ter se identificado com o filme. “Me vi ali em vários momentos, nos personagens, nas falas”, contou. Todos da turma foram participativos e deram seu ponto de vista.
A cada mês chegam novos colegas para integrar o fiel grupo que está sempre ativo no Qualidade de Vida. Foi o caso da associada Sueli da Conceição Camargo, aposentada desde 2003. “Está super recomendado para minhas amigas. É mais conhecimento, coisas que vão me acrescentar”, disse. Ela irá marcar na agenda toda última quarta-feira do mês para prestigiar a atividade. “Hoje, por exemplo, levantei decidida a vir para a Afubesp. A cabeça é seu maior amigo e, ao mesmo tempo, inimigo. A gente precisa sair, viver coisas novas”, frisou Sueli.
Letícia Cruz – Afubesp