Após pressão, Santander marca treino de emergência em São Paulo
Cipeiros e dirigentes sindicais denunciaram falta de exercício de abandono de edifícios e combate a incêndios nas concentrações
Após pressão dos dirigentes sindicais e cipeiros eleitos para que o Santander realizasse o Plano de Abandono em Situação de Emergência (Pase) nas concentrações, o banco espanhol começou a agendar os exercícios. No Centro Administrativo Casa 1 o simulado acontece nesta quinta 17, no Casa 3 será na sexta 18 e na Torre está previsto para 5 de dezembro, data que ainda pode ser alterada.
No Casa 2 já houve exercício esse ano, em 7 de julho. A informação é do dirigente sindical Roberto Paulino que tem acompanhado o avanço das reivindicações dos trabalhadores. Desde 2004 o Pase não é realizado no Casa 1. Na Torre o último treinamento ocorreu em 2010.
O simulado é de extrema importância, já que durante o exercício é identificado o tempo médio gasto numa evacuação e nos primeiros atendimentos, a atuação da brigada de incêndio e eventuais falhas de equipamentos operacionais. O exercício de combate ao fogo também possibilita que o pessoal grave o significado do alarme e que o abandono seja realizado em ordem e sem pânico. Segundo a instrução técnica 16/2011 do Corpo de Bombeiros de São Paulo e a 23ª Norma Reguladora do manual da Cipa, o plano de emergência contra incêndio com exercício de abandono de edifício deve ser semestral.
O treinamento pode evitar tragédias como o emblemático caso do edifício Joelma, em 1º de fevereiro de 1974, quando mais de cem bancários, e outros trabalhadores, perderam a vida no maior incêndio da cidade de São Paulo. O prédio abrigava o banco Crefisul. Poucos dias depois da tragédia foram instituídas normas e debatidas regras para segurança, entre elas, o plano de abandono.
Omissão perigosa – “Cobramos do banco que realize também exercícios no SP 1 e 2 e no prédio da Bráulio Gomes. São cerca de 3,5 mil pessoas trabalhando nesses locais”, cobra Roberto Paulino. Para ele, a melhor solução é o banco dialogar com os cipeiros e dirigentes sindicais e atender às reivindicações dos trabalhadores, evitando assim até mesmo autuações pelo poder público. “É preciso que o banco respeite seus trabalhadores e valorize a vida. A segurança dos bancários deve ser tratada com muita seriedade.”
Seeb SP