Sem mobilização, adeus direitos. Defenda suas conquistas!
Bancários decidem em assembleias nos locais de trabalho nos dias 2, 3 e 6 participação em dia nacional de luta, 10 de junho, contra retirada de direitos imposta pelo governo interino e seus deputados e senadores. Defenda suas conquistas!
São Paulo – Categoria de luta, os bancários sabem que nada vem de mão beijada. Cada avanço, cada conquista ou aumento real foi garantido com muita organização da categoria ao lado do Sindicato dos Bancários de São Paulo. As ameaças, agora, são ainda maiores. O governo do interino Michel Temer, com seus aliados no Congresso Nacional, anunciou uma série de medidas que vão atingir direitos dos trabalhadores: terceirização ilimitada, privatização de “tudo que for possível”, aumento do tempo para se aposentar, ajustes que afetam o crescimento do país e agravam a desigualdade social que leva a mais desemprego.
Enfim, nada do que foi divulgado até agora mexe com os ganhos dos grandes empresários ou banqueiros. Muito pelo contrário. Na posse dos novos presidentes do BB, da Caixa, do BNDES e do Ipea, nessa quarta-feira, Temer falou em Estado inchado, em eficiência. “Mas não disse que está transferindo desse ‘Estado inchado’ mais de R$ 100 bi via BNDES para pagar juros da dívida pública, dinheiro retirado dos brasileiros e do desenvolvimento econômico do país direto para o bolso de rentistas, dos banqueiros”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Nas ruas dia 10
Como reação a esse quadro, que está colocando em prática medidas neoliberais rejeitadas nas urnas e que vão agravar a crise nacional, um grande protesto será realizado no dia 10, em todo o Brasil. O Sindicato percorre os locais de trabalho nos dias 2, 3 e 6, realizando assembleias para que os bancários manifestem seu apoio às paralisações e manifestações da sexta-feira 10, em defesa dos seus direitos. “Será um dia nacional de mobilização em que a classe trabalhadora estará nas ruas para gritar: nenhum direito a menos”, ressalta a dirigente. “Participe e faça parte dessa luta, antes que seja tarde demais!”
Terceirização e desemprego: o presidente do Banco Central, ex economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, já declarou ser favorável ao aumento do desemprego e à redução do salário mínimo para combater a inflação, além de defender a terceirização.
Flexibilização da CLT: ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira afirma apresentar em 90 dias proposta de revisão das leis trabalhistas e quer que trabalhador defina até que ponto pode fazer “sacrifícios”.
Aposentadoria só aos 65: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defende aumento do tempo de contribuição e idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem.
Privatização geral: a Ponte para o Futuro, programa de Temer, já anunciava privatizar “tudo o que for possível”, o que pretende ser colocado em prática com a Medida Provisória 727, editada no dia da posse do interino, em 12 de maio. A MP dá condições para que o Estado privatize o patrimônio público. O anúncio de medidas como o fechamento de agências da Caixa preocupa os bancários.
BNDES para rentistas: as medidas anunciadas por Temer preveem a retirada de mais de R$ 100 bi do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para pagar o Tesouro. Dinheiro que deveria ser investido no crescimento das empresas e do país, e consequente criação de empregos, indo direto para quem aplica dinheiro e ganha com a alta taxa de juro.
Ato em defesa das estatais
Um grande ato popular em defesa das empresas e dos serviços públicos será realizado na segunda-feira 6, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro (RJ). O evento, que terá início às 13h, pretende intensificar a luta contra o PL 4918/16 (antigo PLS 555/2015, já aprovado no Senado) e outros projetos e iniciativas que ameaçam as estatais federais, estaduais e municipais, e enfraquecem a representação dos trabalhadores.
O ato foi convocado pelas entidades que compõem o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.
“Temos que fazer do dia 6 uma data histórica. A população deve ser chamada a conhecer e se engajar na luta, pois esse patrimônio é do povo e não pode ser atacado pela visão neoliberal de privatizar tudo e deixar o povo sem as ferramentas para a implementação de políticas públicas. Quanto ao PL 4918, nós avançamos no Senado, mas a batalha na Câmara dos Deputados vai ser ainda mais dura, pois há a possibilidade de mudar totalmente o texto original”, alerta a coordenadora do Comitê, Maria Rita Serrano.
Seeb SP