‘Retorne Bem’ prejudica funcionários do Santander
O desrespeito do banco espanhol às orientações médicas apresentadas por bancários afastados que retornam ao trabalho motivou protesto do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O ato foi realizado em uma das principais concentrações da instituição financeira, o Casa 1 (Centro Administrativo Santander), na zona sul da capital, na quarta 13. Também foi distribuído o informativo Sua Saúde em 1º Lugar, contendo diversas orientações aos bancários.
Maria Rosani, diretora executiva da Afubesp e do Sindicato, destaca que ao receber alta do INSS, o trabalhador é incluído no programa Retorne Bem do Santander, o qual, na maioria dos casos, não observa o estado de saúde dos funcionários. “A pessoa não pode voltar a trabalhar nas mesmas condições em que estava quando contraiu a doença. Ao contrário, cada caso tem de ser analisado e o funcionário ser colocado em função e em ambiente que preservem sua saúde”, afirma, acrescentando haver casos em que o empregado e colocado em um “canto, isolado e sem qualquer atribuição. “O Retorne Bem foi implantado de forma unilateral e em vez de auxiliar o bancário em muitos casos acaba prejudicando.”
Um funcionário de um dos complexos administrativos relata que após muitos anos de trabalho e devido ao desnivelamento de cadeira e mesa, passou a ter dores em várias partes no corpo, principalmente nas costas. Ficou afastado por alguns meses e ao retornar foi colocado no mesmo setor, como se nada tivesse ocorrido. “Tenho laudo que comprova que meu problema foi causado devido ao equipamento e mobiliário. Eles deveriam ser substituídos conforme solicitou o médico, mas até hoje nada fizeram e temo que minhas dores retornem.”
Rosani reforça ainda que para a troca de uma simples cadeira o funcionário prejudicado tem de fazer pessoalmente requisição ao superintende do setor ao qual é subordinado. “Isso causa um constrangimento enorme. Muitos não querem se expor e acabam suportando o sofrimento calados”, lembra a dirigente.
O Retorne Bem foi apresentado pelo Santander ao movimento sindical em março deste ano, mas o Sindicato quer que ele seja debatido em negociação. “Queremos que o funcionário tenha um programa que o reabilite e preserve sua condição física e mental. Retomaremos essa reivindicação nas próximas reuniões do Comitê de Relações Trabalhistas com o Santander”, completa Rosani.
Seeb-SP