Responsabilidade social é não demitir, Santander!

O jornal Folha de S.Paulo deu voz aos trabalhadores denunciando na última terça-feira, dia 9, as demissões sem justa causa de funcionários do Santander Brasil ocorridas na semana passada. Pelo menos 15 trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região foram dispensados e há informações que mais seriam desligados nesta semana em outras cidades dos estados do Rio de Janeiro e da Bahia.
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Segundo a publicação, a instituição financeira poderia cortar 20% do quadro de seus trabalhadores, o que significaria 9.438 brasileiros a mais desempregados. “A projeção de corte foi antecipada à Folha por integrantes da alta gestão do banco com a condição de que não tivessem os nomes revelados”, diz a matéria.
Ainda na terça à noite, o jornal voltou a abordar o assunto trazendo no título: “Santander nega reportagem da Folha sobre demissão de 20% dos funcionários”. Na nota enviada á publicação por intermédio de assessoria de imprensa, o Santander também informou que iniciou o processo de avaliação de produtividade das equipes e que seu “compromisso social segue inabalável”.
Independente se o percentual é de 5, 10 ou 20, o fato é que o banco já dispensou trabalhadores em meio a pandemia – afinal ao menos 15 pessoas procuraram o sindicato – e, ao tomar essa atitude, descumpriu o compromisso público de que não demitiria enquanto perdurasse a crise, que parece estar longe de acabar.
Em sua defesa, o banco diz que seu compromisso era não demitir por 60 dias, ou seja até o final de maio.
Porém, se há um setor que tem condições de manter os empregos é o financeiro. O Santander, por exemplo, lucrou de R$ 3,85 bilhões nos três primeiros meses de 2020, um crescimento de 10,5% na comparação com o mesmo período de 2019. Além de que, para facilitar a vida dos banqueiros, o Banco Central liberou recursos de R$ 3,2 trilhões, R$ 1,2 trilhão de liquidez.
“Demitir, principalmente em um momento como este, é sim falta de responsabilidade social com o Brasil, o que não se vê na Espanha e em outros países onde atua como no Uruguai, Argentina e Chile, por exemplo. Além do mais, esta série de vazamentos, primeiro a do whatsapp do diretor de marketing e, logo em seguida, essa sobre os cortes é, no mínimo, muito estranha”, comenta o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes.