PROPOSTA DE ÍNDICE DO BANCO É INACEITÁVEL. MOBILIZAÇÃO JÁ!
Com o argumento de estar seguindo “determinação de Brasília”, o Conselho Diretor do Banespa apresentou a seguinte proposta para as cláusulas econômicas na negociação de hoje:
v Zero de reajuste
v Demais verbas congeladas
v abono de R$ 1.300,00
v PLR – Mesma redação acordada com a Fenaban, só que sem a antecipação. Ou seja, só paga PLR depois de consolidado o balanço de 99.
Mudou a diretoria, mas a proposta salarial continua a mesma. Congelamento de salário, um abono e uma decisão ardilosa sobre participação nos lucros. Lembramos que essa história da multa da Receita pode resultar em prejuízo contábil no final do ano. E aí, os banespianos ficarão a ver navios?
Segundo Ana Érnica, coordenadora da mesa de negociação, a Dirhu quebrou o patamar mínimo defendido pela Executiva do Comando para o acordo, quais sejam, a extensão das cláusulas econômicas acordadas com a Fenaban e a manutenção de todos os direitos conquistados pelos banespianos ao longo dos últimos quinze anos, conforme o último acordo coletivo assinado, o de 97/98.
“Há uma queda evidente do poder aquisitivo do funcionalismo. Paralelamente, esse mesmo funcionalismo tem propiciado excelentes resultados para o banco, como comprova o lucro de R$ 749 milhões obtido nos nove primeiros meses do ano. Portanto, é inadmissível uma proposta de congelamento salarial e rebaixamento do acordo coletivo. É mesmo indecorosa”, diz.
Assembléias dia 9. Paralisações dia 10
Ana informa que a Executiva lavrou protesto na ata (leia no final), por entender que a proposta é uma ofensa à dignidade e ao desempenho dos banespianos. Por isso, a Executiva está orientando o funcionalismo a organizar uma paralisação por no mínimo duas horas no dia 10 – Dia Nacional de Paralisação e Protesto em Defesa do Emprego e do Brasil. Na véspera, dia 9, os sindicatos realizam assembléia para avaliação da proposta do banco e organização do movimento.
Eduardo Rondino, presidente da Afubesp, conclama os funcionários a organizarem seus locais de trabalho, porque o momento agora exige que cada um faça sua parte para pressionar a direção do Banespa a cumprir as cláusulas econômicas da Fenaban e a manter nossas conquistas. “A organização dos funcionários e participação ativa na paralisação do dia 10 é um instrumento indispensável nesse momento para a evolução das negociações que vão ocorrer no dia 11”, avalia.
Rondino afirma que os banespianos já deram uma demonstração de maturidade e disposição ao diálogo, uma vez que a maioria espera o desfecho do acordo do ano passado, ainda em aberto. Na sua opinião, as ordens de Brasília são ditadas por aqueles que querem desqualificar o Banespa e seus funcionários, seguindo o já caduco receituário de privatizaçôes do governo federal. “Defender o acordo coletivo e o cumprimento das cláusulas econômicas acordadas com a Fenaban, além de assegurar nossos direitos, é uma forma de impedir qualquer facilidade para a entrega do Banespa ao setor privado”, diz.
Relembrando o calendário de lutas:
9/11 (Terça) – Assembléias em todas as bases sindicais para análise da proposta do banco, encaminhamentos da luta e organização das paralisações no dia 10.
10/11(Quarta) – Paralisação de no mínimo duas horas nas unidades do Banespa.
11/11(Quinta) – Nova rodada de negociações, às 15h.
20/11(Sábado) – Data indicativa de Encontro Nacional dos Banespianos para avaliação da campanha
23/11(Terça) – Novas assembléias específicas para deflagração da greve no Banespa, caso as negociações não evoluam.
24/11(Quarta) – Data indicativa de GREVE
A seguir, a íntegra da ata da negociação de hoje, com o protesto da Executiva, que deverá ser lido nas paralisações do dia 10.
ATA DE NEGOCIAÇÃO PARA RENOVAÇÃO DO ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 1999/2000, REALIZADA NO DIA 04/11/99, ÀS 15:30 HORAS
Participantes:
Pelo Banco – Dr. Dimas, Paulo Martins, Gil, Maria Eduarda, Lucia e William.
Representantes da Executiva – CNB/FETEC – CUT-SP, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Sindicatos e Federações Cutistas, AFUBESP, DIREP/COREP: Ana Érnica, Sebastião, Rondino, Rita Berlofa, Cido Sério, Óliver, Vera Marchioni, Carlos Gomes e Dra. Deborah.
Representantes da Executiva – Federação dos Bancários de SP/MS, Sindicatos e Federações e COREP: Ernesto, Bartira, Benedetti, Jadson, Borginho e Cristiano.
Ao iniciar-se a reunião, os representantes do funcionalismo solicitaram a apresentação da proposta econômica do Banco.
O Banco, a seguir, apresentou sua proposta:
– Reajuste: 0% (zero porcento)
– Abono: R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais)
– Demais verbas: mantidas com os valores atuais
– PLR: em função do resultado do exercício de 1999, nas mesmas bases da categoria bancária, excluindo-se a antecipação da primeira parcela.
Diante da proposta salarial do Banco, os representantes do funcionalismo fizeram o seguinte protesto:
“É um absurdo que, após dois meses do início das negociações, a diretoria do Banespa apresente uma proposta indecorosa de congelamento dos salários. Trata-se de uma ofensa à dignidade dos funcionários.
O Banco é obrigado a cumprir no mínimo as cláusulas econômicas acordadas com a FENABAN e a manter os direitos e conquistas, firmados no Acordo Coletivo específico do Banespa ao longo dos últimos 14 anos.
É inaceitável que o Banco menospreze o esforço e dedicação dos funcionários, responsáveis pelo cumprimento de uma infinidade de metas e pelo lucro líquido R$ 749,4 milhões acumulado nos primeiros nove meses deste ano.
Os banespianos, na defesa de seus empregos e sua dignidade profissional, darão uma resposta à altura contra essa violência praticada pela diretoria nomeada pelo governo FHC para facilitar o processo de privatização do Banespa”.
Em vista do protesto da representação, o Banco embora compreendendo as razões do posicionamento acima, mantém a proposta feita e lamenta os termos utilizados pelos representantes do funcionalismo. Num processo negocial, taxar qualquer proposta de “indecorosa” é ignorar as limitações e dificuldades da outra parte, mesmo conhecendo-as.
Lastima a postura da representação, principalmente pelas relações até aqui mantidas, norteadas pela franqueza e cordialidade.
Em seguida foram discutidas as seguintes cláusulas:
– INDENIZAÇÃO POR MORTE OU INVALIDEZ EM DECORRÊNCIA DE ASSALTO OU ACIDENTE DE TRABALHO (Cláusula 26ª da Proposta do Banco e Artigo 30 da Proposta Unificada das Executivas)
O Banco propôs excluir os parágrafos 2º e 3º e substituiu incapacidade permanente por aposentadoria por invalidez no caput e parágrafo 1º, além de acrescentar novo parágrafo 2º.
Os representantes dos funcionários não concordaram com as alterações propostas pelo Banco, reivindicando a manutenção da cláusula.
Somente concordariam com a exclusão do parágrafo 2º desde que o caput faça referência à lei 8213/91 de 24 de julho de 1991.
Diante da argumentação dos representantes, o Banco propôs reexaminar sua proposta e apresentar nova redação.
PENDENTE
– EXTINÇÃO/TRANSFORMAÇÃO DOS NÚCLEOS REGIONAIS DE SERVIÇOS, ERPROs E EDTs (Artigo 45 da Minuta Unificada das Executivas)
CONSENSO – manutenção da cláusula, com atualização das nomenclaturas dos Núcleos.
– LICENÇA PRÊMIO (Artigo 57 da Minuta Unificada das Executivas e cláusula 49 da proposta do Banco)
CONSENSO – manutenção da cláusula conforme redação de Acordos anteriores.
– ESTABILIDADE PROVISÓRIA – AFUBESP E DIEESE (Artigo 63 da Minuta Unificada das Executivas)
O Banco propôs que as cláusulas que se refiram às entidades de representação, sejam discutidas em um só bloco, na próxima reunião.
PENDENTE
PRÓXIMA REUNIÃO:
Fica agendada para o dia 11.11.99, às 15:00 horas.
fonte: AFUBESP