Presidente do Santander fala em reduzir despesas
Postado em 28 de janeiro de 2016
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Declaração preocupa o movimento sindical que teme que a “redução de custos” signifique demissões e rotatividade
Em entrevista à revista Exame, o novo presidente do Santander Brasil, o carioca Sérgio Rial, falou em cortes de despesas: “Costumo dizer que temos de tirar o sofá de veludo da sala. Já iniciamos um trabalho de redução de despesas. O custo do dissídio [sic] para o sistema financeiro vai ficar em torno de 10,8% ao ano, incluindo os benefícios [referindo-se aos reajustes conquistados pela categoria bancária em 2015]. Temos o compromisso de crescer nossos custos em, no máximo, 6%”.
A declaração preocupa o movimento sindical que teme que a “redução de custos” signifique demissões e rotatividade. “Quando ele fala em cortes e ainda menciona os reajustes conquistados pela categoria, dá a entender que o Santander pretende reduzir o quadro de empregados, ou continuar apostando no mecanismo da rotatividade para reduzir a base salarial do banco. O que não se justifica de forma alguma quando analisamos os resultados da empresa no Brasil em 2015”, diz a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander, Maria Rosani.
O lucro líquido gerencial do banco espanhol no país foi de R$ 6,624 bilhões em 2015, alta de 13,2% em relação a 2014. Apenas com tarifas, o banco arrecadou R$ 11,867 bilhões em 2015, alta de 7,3% em doze meses (ou R$ 810 milhões). Só com esta receita, o Santander Brasil cobre 146% do total de suas despesas de pessoal. “Com esses números não é razoável reduzir custos com base em uma política de fechamento de postos de trabalho. Além disso, os cortes prejudicariam também os clientes, o que contradiz as outras afirmações do executivo, de que o Santander pretende reduzir seu índice de reclamações e fidelizar os atuais clientes”, critica a dirigente.
Esquizofrênico – Para Maria Rosani, o grande desafio do presidente recém-empossado é fazer com que o Santander ponha em prática seu discurso. “É fazer com que o banco deixe de ser esquizofrênico. Há um abismo entre o que o Santander diz que vai fazer e o que realmente faz. Por exemplo, o banco divulga que seu foco é o cliente, mas na prática o foco continua sendo a venda de produtos. Diz que valoriza seus trabalhadores, mas na realidade eles são o tempo todo pressionados a cumprir metas abusivas, irreais, e continua chegando ao Sindicato um grande número de denúncias de assédio moral. A mudança tem de sair do discurso da cúpula e de fato se transformar em prática na empresa.”
O executivo diz ainda que o Santander não é mais o banco com mais queixas no Banco Central. A dirigente comenta: “O Santander segue como um dos bancos com maior índice de reclamações no BC. Em 2015 ficou atrás apenas da Caixa, do Bradesco e HSBC, mas teve um índice de reclamações maior que Itaú e BB, por exemplo. É verdade que houve melhora em relação a 2014 quando o banco era o segundo pior colocado no ranking, mas tal melhora se deve ao fato de que o Santander elevou o número de empregados em 2015. Por isso, destacamos: se o banco quer de fato focar no cliente, não pode apostar em cortes de pessoal”.
A declaração preocupa o movimento sindical que teme que a “redução de custos” signifique demissões e rotatividade. “Quando ele fala em cortes e ainda menciona os reajustes conquistados pela categoria, dá a entender que o Santander pretende reduzir o quadro de empregados, ou continuar apostando no mecanismo da rotatividade para reduzir a base salarial do banco. O que não se justifica de forma alguma quando analisamos os resultados da empresa no Brasil em 2015”, diz a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander, Maria Rosani.
O lucro líquido gerencial do banco espanhol no país foi de R$ 6,624 bilhões em 2015, alta de 13,2% em relação a 2014. Apenas com tarifas, o banco arrecadou R$ 11,867 bilhões em 2015, alta de 7,3% em doze meses (ou R$ 810 milhões). Só com esta receita, o Santander Brasil cobre 146% do total de suas despesas de pessoal. “Com esses números não é razoável reduzir custos com base em uma política de fechamento de postos de trabalho. Além disso, os cortes prejudicariam também os clientes, o que contradiz as outras afirmações do executivo, de que o Santander pretende reduzir seu índice de reclamações e fidelizar os atuais clientes”, critica a dirigente.
Esquizofrênico – Para Maria Rosani, o grande desafio do presidente recém-empossado é fazer com que o Santander ponha em prática seu discurso. “É fazer com que o banco deixe de ser esquizofrênico. Há um abismo entre o que o Santander diz que vai fazer e o que realmente faz. Por exemplo, o banco divulga que seu foco é o cliente, mas na prática o foco continua sendo a venda de produtos. Diz que valoriza seus trabalhadores, mas na realidade eles são o tempo todo pressionados a cumprir metas abusivas, irreais, e continua chegando ao Sindicato um grande número de denúncias de assédio moral. A mudança tem de sair do discurso da cúpula e de fato se transformar em prática na empresa.”
O executivo diz ainda que o Santander não é mais o banco com mais queixas no Banco Central. A dirigente comenta: “O Santander segue como um dos bancos com maior índice de reclamações no BC. Em 2015 ficou atrás apenas da Caixa, do Bradesco e HSBC, mas teve um índice de reclamações maior que Itaú e BB, por exemplo. É verdade que houve melhora em relação a 2014 quando o banco era o segundo pior colocado no ranking, mas tal melhora se deve ao fato de que o Santander elevou o número de empregados em 2015. Por isso, destacamos: se o banco quer de fato focar no cliente, não pode apostar em cortes de pessoal”.
Seeb-SP