Pré-75 que aderiu à Cláusula 44 amarga ampla perda salarial
Contas feitas pela Afubesp e CNAB mostram que os benefícios de quem não assinou é hoje 16,02% maior em relação aos que aderiram
Após sete anos de vigor das Cláusulas 43º e 44º do Acordo Coletivo de Trabalho 2004/2006 o resultado é uma perda significativa nas complementações de aposentadorias e pensões dos pré-75 que assinaram o documento proposto pelo Santander e, como consequência, abriram mão do regulamento de pessoal.
Recentemente, a Afubesp e a CNAB (Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa) fizeram as contas para dimensionar o tamanho do prejuízo que esses colegas vêm tendo ano a ano por conta de receberem as correções salariais anuais pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e não mais seguirem a categoria bancária, que historicamente conquista reajustes maiores nas Campanhas Nacionais.
De posse de todos os dados, e com faixas salariais pré-definidas, os números mostraram uma perda de 16,02% nas complementações daqueles que aderiram à proposta do Santander. Isso quer dizer que uma pessoa que recebia R$ 3 mil em 2006, hoje percebe R$ 4.271, 03 ao invés de R$ 4.752,73, valor recebido atualmente por aqueles que seguiram a orientação da Afubesp de não assinar o documento do banco. A diferença de R$ 480,70 fica ainda maior quando a pessoa a multiplica por 13 (12 meses do ano vigente mais o 13 º salário).
Outro exemplo: o colega que tinha uma aposentadoria de R$ 7 mil em 2006 acumulou nesse período uma perda de R$ 790, 48. Isso representa que entre setembro de 2012 e agosto de 2013, contando o 13º salário, ele deixará de receber R$ 10.276,24.
As tabelas abaixo trazem as perdas observadas de 2006 a 2012, com índices de INPC e Fenaban aplicados anualmente. A Afubesp frisa que elas são cumulativas, portanto tendem a aumentar ao longo do tempo.
“Pensando no sentido prático depois desses anos é como se a pessoa tivesse se aposentado em um cargo e hoje recebe aposentadoria como se tivesse encerrado sua carreira no banco em cargo inferior”, explica o integrante da CNAB e diretor da Afubesp Sérgio Zancopé, que completa: “Sentimos pelos colegas que estão nessa situação e acreditamos que eles devem cobrar respostas daqueles que os orientaram erroneamente”.
A Afubesp ainda lembra que, além das perdas cumulativas nas aposentadorias e pensões, os pré-75 que assinaram as cláusulas 43º e 44º também abriram mão de outras coisas, como as ações das gratificações, por exemplo.
Érika Soares – Afubesp
Foto: Camila de Oliveira