Lucro do Santander cresce; desvalorização continua
Balanço no primeiro trimestre superou R$ 1,6 bilhão, 7,3% maior em relação ao mesmo período de 2015
O Santander divulgou nesta terça-feira 28 lucro de R$ 1,633 bilhão no primeiro trimestre de 2015, crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em doze meses, apresenta aumento de 14,4%.
“O lucro voltou a crescer no país, o que mostra o peso que os trabalhadores têm para o Santander, que apesar da dedicação de seus funcionários ainda tem que valorizar e melhorar as condições de trabalho”, ressaltou Maria Rosani, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O resultado obtido no Brasil representou 21% do lucro global do Santander, de € 1,7 bilhão (alta de 32% em doze meses). O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 12,8%, com crescimento de 1,6 p.p. em doze meses.
O banco fechou o primeiro trimestre de 2015 com 49.910 empregados, um aumento de 1.259 novos postos em relação ao primeiro trimestre de 2014. A carteira cresceu significativamente: 1,3 milhão a mais em 12 meses. Com isso, o banco tem agora 629 clientes para cada funcionário. No mesmo período do ano passado a proporção era de 618 clientes por empregado. “Apesar da criação de novos postos ainda faltam funcionários no banco. Este crescimento do número de clientes por funcionário mostra como o Santander vem sobrecarregando cada vez mais seus trabalhadores”, apontou Rosani.
As despesas com pessoal, incluindo PLR, somaram R$ 1,861 bilhão no primeiro trimestre de 2015, alta de 5,8% em doze meses (ou R$ 102 milhões). Assim, a relação entre receita de serviços e tarifas bancárias e despesa de pessoal ficou em 152%, aumento de 2,4 p.p.
Enquanto isso a margem financeira bruta, incluindo resultado de operações financeiras, atingiu R$ 7,140 bilhões no primeiro trimestre de 2015, com crescimento de 2,0% em relação ao ano anterior e 2,2% no trimestre. Dentre as receitas responsáveis pelo crescimento estão os Títulos e Valores Mobiliários que obteve crescimento expressivo de 59,2%, totalizando R$ 7,0 bilhões. Esse crescimento substancial é resultado de tesouraria (TVM) que depende, fundamentalmente, do crescimento da Selic. Isso é a remuneração dos banqueiros ao comprarem títulos da dívida pública, um dinheiro sem esforço dos bancos.
Seeb SP
Já a receita com prestação de serviços e tarifas bancárias também apresentou crescimento, com 7,4% em doze meses, totalizando R$ 2,8 bilhões. “O Santander tem restringido suas operações cada vez mais à clientes e empresas de alta renda, mas ele deveria atender à todos, onde fica o papel social do banco?”, questionou a dirigente.