Dezenove bancos vencem primeira fase de licitação das centrais sindicais
Dezenove instituições financeiras, entre as quais o Santander, venceram a primeira etapa da licitação, aberta pelas centrais sindicais, para a escolha dos bancos que assinarão acordo com os sindicatos para oferta de crédito com desconto em folha de pagamento. O resultado da concorrência foi divulgado na sexta-feira, 3, pela consultoria Trevisan, encarregada de coordenar o processo, que contou com a participação de 52 instituições. O critério de seleção foi o da menor taxa.
Para escolher as 19 instituições foram consideradas as que apresentaram as cinco menores taxas mínimas – que variaram entre 1,78% e 2% ao mês – e as cinco menores taxas máximas – que ficaram entre 3% e 3,5% entre os bancos selecionados.
Segundo Luiz Marinho, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), após a primeira etapa, os bancos deverão apresentar outros detalhes antes da assinatura do acordo, tais como prazos, cobrança ou não de taxa de abertura de crédito, necessidade de conta corrente, tarifas de manutenção e critérios para análise de risco de crédito do trabalhador e do empregador. O dirigente também informou que “a CUT vai orientar seus sindicatos a negociarem empréstimos somente para os sindicalizados”.
Já a Força Sindical liberou o empréstimo para sócios e não sócios. O secretário-geral da central, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que a Força está orientando os sindicalistas filiados a fazerem acordos por ramos para facilitar a concessão do empréstimo.
Benefício – O crédito com desconto em folha deverá beneficiar um conjunto de 27 milhões de trabalhadores, dos quais 22 milhões regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e cinco milhões de funcionários públicos. A estimativa é do presidente da consultoria Trevisan, Antoninho Trevisan. Ele calcula que o novo tipo de financiamento deve gerar empréstimo de R$ 100 bilhões em um ano. “Hoje não se empresta dinheiro porque não há instrumento de garantia.”
O crédito no holerite, pelo baixo risco de inadimplência, segundo a consultoria, vai gerar a cultura da taxa de juros no país, substituindo a tradicional cultura do valor da prestação.
fonte: Diário de S.Paulo