Debates e organização no Encontro Nacional de Bancos Privados
Trabalhadores refletiram sobre questões nacionais que atingem toda a classe até as específicas de cada banco e se preparam para a resistência
De 6 a 8 de junho, representantes dos funcionários de bancos privados de diversas partes do país se reuniram em um grande Encontro Nacional, em São Paulo, que teve duas etapas. A primeira abordou questões que afetam como um todo trabalhadores e a categoria bancárias. A segunda, já separados em grupos, tratou de temas específicos de cada uma das instituições financeiras: Itaú, do Santander, Bradesco, Mercantil e CCB Brasil (antigo BIC Banco).
A abertura ocorreu na noite de terça para dar as boas vindas aos dirigentes. No dia seguinte, reunidos na Quadra dos Bancários, os participantes ouviram as apresentações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os impactos que a Reforma Trabalhista poderá causar à classe trabalhadora e, especificamente, à categoria.
O Dieese, juntamente com a Faculdade 28 de Agosto, também apresentou dados sobre o uso da tecnologia pelos bancos e as consequências desta prática sobre o emprego e as relações de trabalho. Regina Celi, do Dieese, disse que entre as principais ameaças impostas pelos desmontes travestidos de reforma estão na remuneração, jornada e flexibilização da negociação com o patrão, que segundo ela seria “matar o sindicalismo por inanição”.
Ela também falou que a Reforma Trabalhista, caso seja aprovada como está, atinge em cheio a Justiça do Trabalho, em especial no fato do negociado se sobrepor ao legislado. “É como retroceder ao código civil do século XIX”, comentou. Em seguida, os coordenadores do Comando Nacional dos Bancários destacaram as estratégias da Campanha Nacional dos deste ano.
Os grupos se dividiram na tarde do dia 8. Cerca de 100 dirigentes do Santander, muitos vindos de longe, como Rio Grande Sul, Minas Gerais, Alagoas, Pernambuco, por exemplo. Catia Uehara, do Dieese Bancários apresentou o balanço do primeiro trimestre do Santander neste ano, com dados técnicos de emprego, lucro, impacto da tecnologia no trabalho bancários entre outros pontos.
Em seguida, a presidente da Uni Finanças, vice-presidente da Afubesp, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, falou aos presentes sobre 4º revolução industrial e como o uso da tecnologia já afeta todos os setores da economia mundialmente.
No último dia de evento, os bancários debateram sobre ações e estratégias para defesa do emprego e da dignidade dos bancários do Santander, bem como participação de atividades contra a Reforma Trabalhista, Previdenciária. Também foi definida a participação dos bancários na Greve Geral chamada para o dia 30 de junho.
Homenagem
Os bancários de todos os bancos homenagearam Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião, falecido no dia 31 de março, vítima de infarto fulminante. Tião era vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP). Antes havia sido presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara por dois mandatos (1987-1990 e 1993-1996) e da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) por três gestões (2001-2009). Tião assumiu a presidência da CUT-SP em janeiro de 2009 e conduziu o processo de transição até a realização do 12º CECUT, quando foi eleito secretário Geral da CUT/SP para a gestão 2009/2012. No 13º CECUT, foi reeleito ao mesmo cargo e, no 14º CECUT, foi eleito à vice-presidência da CUT-SP para a gestão 2015-2019.
Afubesp com informações da Contraf-CUT
Fotos: Amanda Flor