Bancários do Santander de todo o país enfrentam problemas em comum
Questões como as demissões, sobrecarga, adoecimento de funcionários, más condições de trabalho e tantas outras dificuldades estão longe de ser exclusividade dos bancários do Santander de somente uma região. Dirigentes de diversas partes do país reunidos Encontro Nacional apontam os problemas que os trabalhadores encaram. O encontro, que começou na terça-feira (4) em um hotel em São Paulo, tem como principal objetivo sintonizar as demandas de todas as localidades e organizar a luta para o enfrentamento com o banco espanhol.
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O quadro de demissões nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo é quatro vezes maior este ano do que em 2012, conforme aponta o diretor jurídico da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo , Paulo Roberto Garcez. A falta de segurança também afeta os trabalhadores das agências, segundo ele. “O cliente não entra mais na agência. Ou ele vai no autoatendimento ou direto no internet banking. O funcionário é obrigado a ficar em uma mesinha na parte dos caixas eletrônicos antes da porta giratória, sem segurança alguma”, diz.
Adelmo Andrade, diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, alerta para um problema que vem ocorrendo com frequência nas agências de Salvador: o assédio moral. Além de o banco estar demitindo em larga escala, há constrangimento no momento da demissão. “Eles colocam médicos ao lado do bancário no momento da demissão, para logo em seguida realizarem o exame demissional. É um absurdo, é um assédio moral”, rechaça o dirigente.
Ele lembra das consequências da sobrecarga de trabalho na saúde do funcionário. “Com poucos funcionários, a agência fica desfalcada e que sofre com isso são os trabalhadores.” O Santander tem enxugado seu quadro de funcionários, e a prática continua este ano. De acordo com o Dieese/Contraf-CUT, foram 508 empregos a menos somente no 1º trimestre.
Segundo José Anilton, diretor da Fetec-CN, os dirigentes estão neste evento criando mecanismos para se defenderem do “massacre” do banco espanhol. “Os bancários estão com medo de perder o emprego. Vamos mostrar ao banco que podemos nos organizar”, diz. Gentil Ramos, diretor do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, aposta na experiência dos sindicalistas envolvidos nas questões do Santander. “Deste encontro sairão resultados que com certeza também auxiliará nas próximas reuniões”, pontua.
Já Cristiano Meibach, diretor da Feeb-SP/MS, destaca a retomada das reuniões a nível nacional. “O encontro é muito bom para unificar a ação a nível de Brasil para enfrentar o Santander. Vamos chamá-los para a mesa colocar quais são as expectativas do trabalhador.” As deliberações serão parte importante da construção da pauta conjunta de campanha salarial.
A Conferência Nacional dos Bancários com a participação de dirigentes de outros bancos ocorrerá entre 19 e 21 de julho em São Paulo.
Letícia Cruz – Afubesp