Bancários do RS denunciam política desumana do Santander em audiência pública na Assembleia gaúcha
Os bancários da ativa e aposentados lotaram na manhã desta quarta-feira (12) a Sala de Convergência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e denunciaram a política desumana e fraudenta do Santander no Brasil. Em audiência pública da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, dirigentes sindicais repudiaram a substituição de bancários por terceirizados para exercer atividades bancárias mas sem os direitos da categoria. Com isso, o banco frauda a legislação trabalhista, reduzindo custos de pessoal e aumentando os seus lucros.
Usando camisetas com a chamada “Santander, exterminador do futuro”, eles também denunciaram a política do banco espanhol de adoecimento de funcionários e fechamento de centenas de agências em todo o país, o que vem prejudicando o atendimento presencial aos clientes, cada vez mais vítimas de golpes virtuais.

A Afubesp foi representada pelo seu diretor Ademir Wiederkehr que ressaltou os ataques que os aposentados também vem sofrendo. “O Santander tem atuado para retirar o patrocínio do Banesprev, o nosso fundo de previdência complementar e tem atuado para enfraquecer a Cabesp, o nosso plano de saúde, a nossa caixa de assistência médica. Então, são lutas importantes que nós estamos travando. Nós estamos chegando a 25 anos da privatização do Banespa agora no dia 20 de novembro. Então, 25 anos depois, nós continuamos na luta. Em muitas empresas privatizadas, os trabalhadores não conseguiram lutar pelos seus direitos, manter suas conquistas. Mas nós continuamos resistindo junto com o sindicatos, as federações e a Contraf”, disse o dirigente que também é associado da Agabesp, associação dos aposentados do Banespa no Rio Grande do Sul.
As entidades sindicais apresentaram várias propostas de encaminhamento aos deputados para combater as práticas abusivas do banco, que coloca o lucro acima de tudo e não respeita os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro.
A audiência foi coordenada pela presidente da Comissão, deputada Laura Sito (PT). Também participaram os deputados Miguel Rossetto (PT), Luciana Genro (PSOL) e Valdeci Oliveira (PT).
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Antônio Bernardo Santos Pereira, se manifestou igualmente, afirmando que o MPT atua frente às fraudes trabalhistas.
Dados alarmantes
Durante o evento, o Departamento Intersindical de Estatísticas Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese) apresentou números alarmantes: de 2020 a 2024, o banco Santander desligou 50% dos seus trabalhadores bancários. Entretanto, a evolução de trabalhadores no Grupo teve um crescimento de 16% no mesmo período. Isso, aliado à informação de que o Banco fechou 23,6% das suas agências de 2023 até o momento, comprova que os postos de trabalho que antes eram da categoria bancária são passados para outras empresas do próprio grupo através das terceirizações. Hoje, cerca de três subsidiárias do Santander detém 12 mil trabalhadores.
“O que está destruindo os postos de trabalho não é a tecnologia da informação, é a tecnologia da malandragem, da precarização, das relações humanas”, frisou o técnico do Dieese Alisson Droppa.
Outro dado que chama a atenção é o lucro líquido do Santander, que atingiu R$ 11,5 bilhões, com crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2024. Esse dinheiro tem destino: os cofres dos banqueiros espanhóis. Nenhuma parte é revertida em benefícios ao Brasil e aos brasileiros.
Além de promover o adoecimento dos bancários, através da sobrecarga, e de causar a piora no atendimento aos clientes, esse modus operandi do Santander impacta na redução da contribuição ao INSS e FGTS e na perda de arrecadação tributária, aumentando a desigualdade social no Brasil.

Afubesp com informações SindBancários








