Santander amplia terceirização com migração da área de Facility para a SX Tools
O Santander migrará a área de Facility para a SX Tools, uma das empresas criadas pelo conglomerado para terceirizar trabalhadores do banco. Os 200 empregados serão transferidos para os prédios Radar e Conexão.
“É mais uma fraude na representação sindical praticada pelo Santander, e realizada sem nenhuma negociação com o movimento sindical. Com essa migração para outra empresa do conglomerado, o banco fragmentará ainda mais a categoria bancária e reduzirá os direitos daqueles trabalhadores, que não serão mais abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária”, afirma a dirigente da Afubesp, Wanessa de Queiroz Paixão.
O banco alega que o trabalho realizado por aqueles empregados não está ligado à atividade bancária.
Atualmente, as atividades realizadas pela área estão ligadas à gestão predial, serviços aos funcionários, manutenção de impressoras, além de prestação de atendimento aos funcionários e realização de atendimento a outras empresas do mercado.
Coach, decepção e clima péssimo
Segundo apurações da diretora do Sindicato Irene Juarez Dias, os empregados foram convidados para uma reunião, acreditando que iriam discutir resultados semestrais. Além disso, não foram previamente avisados da mudança.
No anúncio da mudança, o auditório com capacidade para 200 pessoas estava lotado, e havia ainda aproximadamente 50 empregados participando remotamente.
Na última reunião semestral houve uma palestra de um “coach” para falar o quanto as mudanças podem ser positivas se abraçada.
Foi pedido aos funcionários que comparecessem com as camisetas do departamento, e foi entregue a cada um deles uma camiseta da Tools. O plano era que tirassem fotos do antes e depois, mas diante dos ânimos exaltados, a ideia não vingou.
A reunião foi interrompida antes devido à quantidade de questionamentos dos funcionários, principalmente quanto ao Sindicato que passaria a representá-los.
Os empregados foram informados que as contratações futuras serão do mercado, com benefícios inferiores aos deles. Ficando implícito que a intenção é substitui-los.
Muitos evidenciaram a decepção, principalmente diante do lucro do banco e da pressão para respostas positivas nas pesquisas sobre ambiente de trabalho, uma vez que o banco tenta se vender como a melhor empresa para se trabalhar.
Devido ao clima péssimo causado pela mudança, a maioria do pessoal foi dispensada da jornada logo após a reunião – muitos estavam inconsoláveis.
O Sindicato pediu para os cipeiros verificarem se a migração em questão envolve mais áreas.
Movimento sindical na luta contra a terceirização
Escorado pela reforma trabalhista, que legalizou a terceirização irrestrita, desde o segundo semestre de 2021 o Santander vem transferindo trabalhadores para outras empresas pertencentes ao mesmo conglomerado, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera, e SX Tools. Cada uma vinculada a um sindicato diferente.
Desde então, o movimento sindical bancário vem denunciando e realizando uma série de protestos contra esse processo que visa rebaixar salários, retirar direitos e enfraquecer a organização dos trabalhadores.
Por meio de assembleias, a imensa maioria dos trabalhadores do banco espanhol expressou sua reprovação à terceirização que vem sendo promovida pelo Santander e manifestou seu desejo de serem representados pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região, e não por outros sindicatos.
“Para o movimento sindical bancário, quem trabalha em banco é bancário e, por isto, deve ser abrangido pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária Trabalho válida em todo território nacional, e com direitos como VA e VR de mais de R$ 1.700; PLR; auxílio-creche e dezenas de outros direitos”, enfatiza Wanessa.
Seguiremos na luta para que todos os empregados do Santander sejam considerados bancários e tenham a mesma representação e os direitos da categoria bancária, uma das mais organizadas do país”, afirma a dirigente.
Fonte: Sindicato dos Bancários