Reforma da Previdência pode voltar à pauta após as eleições
O presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que pode suspender a intervenção militar no Rio de Janeiro para votar a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) ainda este ano. Não são permitidas mudanças na Constituição em casos de intervenção militar. Segundo Temer, a suspensão depende de conversações a serem realizadas após o primeiro turno das eleições.
“Como depende de votação em primeiro e segundo turnos, de repente pode suspender a intervenção”, disse o golpista, logo após discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira 25, em Nova York (EUA).
Temer quer levar à votação nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado o projeto aprovado em comissão especial da Câmara desde o primeiro semestre do ano passado, mas desistiu após pressão exercida pelos trabalhadores.
“É mais um golpe que o governo ilegítimo e seus aliados querem dar na população. Temos que ficar atentos e não votar em candidatos de partidos que apoiam o desmonte da Previdência e que querem acabar com o direito do povo se aposentar”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
“Não elegermos candidatos que já votaram contra o trabalhador é o recado que temos que dar para deixar claro que quem votar a favor do fim da aposentadoria nunca mais será eleito”, completou.
Juvandia, que faz parte da diretoria executiva da CUT, disse que as centrais sindicais já estavam esperando por essa iniciativa do governo e seus aliados golpistas. “Eles já acabaram com a CLT, congelaram os investimentos em saúde e educação. Se dessem fim também à aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras, sabem que jamais seriam eleitos. Resolveram esperar passar as eleições. Assim, teriam mais tempo para fazer ainda mais estragos nos direitos sociais. Mas é bom que eles fiquem sabendo que não vamos deixar o povo esquecer do que eles já fizeram e do que ainda pretendem fazer em prejuízo do trabalhador”, ressaltou.
O projeto de “Reforma da Previdência”, em tramitação no Congresso Nacional, afeta muito os trabalhadores e, principalmente, as trabalhadoras. Especialistas apontam que a maior parte da população de baixa renda não conseguirá cumprir as exigências para se aposentar, caso o projeto seja aprovado.
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