Proposta de 7,35% ainda é insuficiente; Comando indica greve
Os bancos parecem não ter entendido o recado da categoria. Apesar de reafirmarem querer evitar uma greve e por isso a convocação para negociar neste sábado 27, apresentaram ao Comando Nacional dos Bancários proposta ainda insuficiente: índice de 7,35% de reajuste para salário, PLR, vales e auxílios (0,94% aumento real) e 8% para o piso (aumento real de 1,55%). E mais nada.
“Cinco dos maiores bancos que compõem a mesa de negociação (BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) viram seu lucro crescer 16,5%. Mas oferecem menos de 1% de aumento real para seus trabalhadores. Não dá pra aceitar: queremos aumento real maior para salários, piso, PLR, vales e auxílios”, diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.
Os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar da federação dos bancos propostas para resolver problemas graves, como a pressão por metas abusivas que adoecem os bancários em níveis epidêmicos, o fim das demissões injustificadas e mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho. Mas os negociadores da Fenaban disseram já ter apresentado proposta sobre essas cláusulas sociais, que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já tem avanços nesse sentido e que “a vida tem metas”.
“As pessoas têm mesmo metas na vida, mas para serem felizes, não para adoecer, como acontece nos bancos. Não precisam acordar todos os dias se perguntando como vão bater a meta do dia, que nem sabem qual será”, critica Juvandia. “Os bancários não aguentam mais tanta cobrança, tanta pressão. E vão paralisar as atividades até que os bancos apresentem solução para esse quadro que atormenta e adoece os trabalhadores.”
A categoria quer, ainda, mais segurança nas agências para clientes e funcionários e igualdade de oportunidades na ascensão profissional. “As mulheres, por exemplo, recebem, em média, salários 22% menores que os dos homens. Essa injustiça tem de acabar.”
Entenda – No dia 19, na sétima rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2014, uma primeira proposta econômica foi feita pelas instituições financeiras, com reajuste de 7% para salários , PLR, vales e auxílios (0,61% de aumento real) e 7,5% (1,08% de aumento real) para o piso. O índice foi considerado insuficiente pelo Comando, que comunicou isso à federação dos bancos. A proposta também não contemplava as reivindicações de saúde e condições de trabalho, emprego, segurança. Diante disso, assembleias realizadas em todo o país, no dia 25, decidiram pela greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro.
“Apesar de esta campanha estar sendo diferente, com os bancos apresentando aumento real, mesmo insuficiente, desde a primeira proposta, ainda temos muito a avançar. Nesta segunda-feira 29, vamos lotar novamente a Quadra dos Bancários para dizer não a mais essa proposta dos bancos e organizar uma grande paralisação”, convoca Juvandia. “Por mais um ano, o 11º seguido, a Fenaban desperdiça a oportunidade de resolver a campanha na mesa de negociação. Agora é greve!”
A assembleia nesta segunda 29 será a partir das 19h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé). Participe! Você é fundamental para organizar a greve e construir uma grande mobilização. É necessário crachá do banco e documento com foto para o credenciamento.
Específicas – As negociações com os bancos públicos também não avançaram.
Na Caixa, além de não trazerem proposta para mais contratações de bancários, isonomia, carreira e respeito à jornada, não querem garantir o pagamento da PLR Social.
A situação é a mesma no Banco do Brasil: nada para melhoria do PCR (Plano de Carreira e Remuneração), mudança do interstício para 6% na carreira, inclusão dos escriturários na carreira do mérito, mais contratações, melhorias para o SAC (Serviço de Apoio ao Cliente), CABB (Central de Atendimento) e PSO (Plataforma de Suporte Operacional), entre outras.
Seeb-SP