Pesquisas revelam que homens são mais propensos a problemas cognitivos do que as mulheres

Abrir a geladeira e se esquecer o que iria pegar em seguida, ou esquecer vez ou outra se trancou a porta de casa é algo bastante comum, e pode ser até muitas vezes engraçado. No entanto, há situações que geram preocupações entre familiares e amigos: quando há alguma suspeita de perda cognitiva. A memória é uma caixa de preciosidades.
De acordo com algumas pesquisas, como a da conceituada revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, a maior propensão de comprometimento cognitivo está entre os homens. Foram submetidos a testes um grupo de 1.450 pessoas, com idades de 70 a 89 anos, pelo período de três anos. Ao longo do trabalho, quase 300 apresentaram sinais de demência e o registro é de que, em média, 72 anos entre mil evoluem para algum tipo de problema, enquanto entre mulheres, a média cai para 57 em mil.
Não é de hoje que se aventa a questão. Já em 1998, foi constatado que o cérebro masculino diminui mais depressa do que o da mulher com o envelhecimento. A descoberta foi feita pelo Hospital Henry Ford, de Michigan (EUA). Esses dados preocupam porque as pessoas estão vivendo mais, e isso pode impactar no custo de saúde e do próprio acolhimento familiar.
Como evitar a perda cognitiva?
A perda progressiva ou abrupta de passagens da memória é uma consequência da idade e de alguns fatores, como a solidão. Salvo os casos mais graves diagnosticados como Alzheimer, em que o problema é tratado com multidisciplinarmente, a condição pode ser estacionada ou revertida. O importante é sempre exercitar o cérebro com estímulos. Evitar fazer muitas tarefas ao mesmo tempo, manter uma boa dieta, cuidar da qualidade do sono, tentar na medida do possível praticar atividades físicas, consultar um médico regularmente, ler e interagir mais com outras pessoas – acima de tudo, descansar – podem ajudar a retardar o declínio cognitivo.
Com a idade, vem a diminuição da rapidez de raciocínio, e isso é comum, apesar de o cérebro ser capaz de renovar suas células. A única forma de uma pessoa idosa conservar sua capacidade cognitiva é arregaçar as mangas e se autopropor atividades enriquecedoras. Até mesmo a alimentação pode auxiliar. Segundo a nutricionista Fernanda Mangabeira, especialista do Vera Cruz de Campinas, alimentos ricos em Ômega 3 “turbinam” o cérebro, como peixes (atum, salmão, truta, entre outros), além de sementes de abóbora, linhaça, quinoa, chia, linhaça e oleaginosas como castanhas.
O Programa Qualidade de Vida, oferecido mensalmente pela Afubesp, é uma ótima maneira de realizar todas essas atividades e mais. Ar livre nos passeios, socialização com os colegas participantes, o despertar da atenção com palestras, o estímulo das atividades motoras com as oficinas de bordado, entre outros motivos que despertam a criatividade. Caso você tenha sintomas relevantes de perda de memória, procure um especialista de confiança.
ALGUMAS DICAS PARA EXERCITAR A MEMÓRIA
– Proponha jogos com a família, como os de tabuleiro
– Procure espaços silenciosos para meditar
– Pratique palavras cruzadas ou jogos de celular
– Não tenha medo de colocar suas músicas favoritas e cantar
– Nunca é tarde para aprender um novo idioma
– Socialize! Nada como uma boa conversa para despertar velhas memórias
Letícia Cruz – Afubesp