Inteligência Artificial no dia a dia: Qualidade de Vida desvenda uso da ferramenta em palestra
“Qual foi a última vez que você aprendeu algo novo?”. Foi com essa provocação que Emerson Lizarelli abriu a atividade de setembro do Qualidade de Vida da Afubesp, realizada na última quarta-feira (10). O encontro teve como tema um dos assuntos mais comentados da atualidade: a Inteligência Artificial (IA) e suas aplicações práticas no cotidiano dos colegas.
O auditório da associação ficou movimentado com dezenas de colegas que participaram presencialmente e também por aqueles que acompanharam a transmissão ao vivo. A proposta foi traduzir um tema que parece distante ou complexo em algo acessível para o público 50+, mostrando que a IA já faz parte de nossa rotina há muito tempo.
Segundo Lizarelli, administrador de recursos humanos com mais de 20 anos de experiência, a inteligência artificial não é tão nova quanto parece: sua origem remonta aos anos 1950, no pós-guerra, e desde então vem sendo aprimorada conforme a ciência avança. “Essas tecnologias estão presentes desde sempre, porém vêm sendo constantemente desenvolvidas para imitar ao máximo como o pensamento humano funciona”, explicou.
Durante a palestra, o especialista ressaltou que a IA deve ser vista como uma ferramenta probabilística, capaz de calcular e sugerir resultados com base em padrões e probabilidades matemáticas. “Ela não pensa sozinha. É treinada por humanos e depende de instruções claras para funcionar bem”, afirmou. Portanto, são passíveis de erro.
Entre os exemplos práticos, foram apresentadas plataformas já conhecidas, como ChatGPT, Gemini, DeepSeek, Gamma e o NotebookLM, este último com destaque especial pela capacidade de transformar documentos complexos em resumos, mapas mentais e até podcasts explicativos. Para entender melhor o passo a passo, assista ao vídeo da transmissão ao vivo da palestra, pelo YouTube, ao final da matéria.
Para que os resultados façam sentido, Lizarelli destacou a importância dos chamados prompts, os comandos que o usuário fornece às ferramentas de IA. Um bom prompt deve ser claro, detalhado e, sempre que possível, dividido em etapas menores para aumentar a precisão e a qualidade das respostas.
Se você pedir a uma IA para resumir um filme, ela fará uma sinopse geral. Mas se especificar que deseja o ponto de vista de um personagem, ou a explicação de um tema presente na trama, a resposta será moldada exatamente ao que você procura, por exemplo.
Os cuidados necessários no uso da IA
Ao final do encontro, os participantes levantaram dúvidas que tocam em uma questão delicada: até que ponto o uso dessas tecnologias é seguro e saudável?
O palestrante alertou para os riscos da disseminação de fake news, vídeos e imagens manipuladas muitas vezes com rostos criados digitalmente, e que circulam sem controle nas redes sociais.
Segundo ele, esse é um desafio que precisa ser enfrentado não apenas pelos usuários, mas também por governos e empresas. “Questões como essas precisam passar por regulamentação. A Europa já avançou nesse sentido, colocando as grandes empresas de tecnologia sob maior responsabilidade”, destacou Lizarelli.
A mensagem final foi clara: a inteligência artificial pode ampliar oportunidades, simplificar tarefas e abrir espaço para a criatividade humana – mas exige, ao mesmo tempo, responsabilidade e senso crítico em seu uso.
Para quem não pôde acompanhar, a palestra completa está disponível abaixo:
Letícia Cruz – Afubesp
Fotos: Junior Silva