Encontro Estadual Santander prepara demandas para discussão nacional
Dirigentes sindicais se reuniram nesta terça-feira (28) para o Encontro Estadual Santander, no auditório azul do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O objetivo foi debater assuntos como os lucros do banco espanhol, as más condições de trabalho as quais os bancários são submetidos, do enxugamento do quadro de funcionários e das práticas antissindicais do banco. As conclusões serão levadas ao Encontro Nacional que ocorrerá nos dias 4 e 5 de junho.
“Vamos sair daqui mais fortalecidos para fazer ações concretas e ir para o enfrentamento. A grande força do Santander está concentrada no setor paulista pela quantidade de agências e das várias dificuldades que elas têm”, ressaltou o presidente da Fetec-SP, Alemão.
Esta reunião é uma preparação para a discussão na próxima semana. Neste período, dirigentes do Santander nos demais estados também fazem seus debates onde, segundo o presidente da Afubesp Camilo Fernandes, tudo será compilado e debatido nas conferências com os demais bancos para definir as pautas conjuntas da campanha deste ano e das negociações específicas com o Santander.
Segundo a secretária de Relações Sindicais e Sociais do sindicato e diretora financeira da Afubesp Maria Rosani Gregorutti, o objetivo do encontro foi ouvir e esclarecer dúvidas das bases do interior de São Paulo e levar as demandas posteriormente ao banco. “Nosso intuito é ajudar os trabalhadores, que vêm sofrendo com as demissões, diminuição do ganho, falta de funcionários, com as fusões nas agências e várias outras coisas”, disse.
Cortes nos postos de trabalho e práticas antissindicais
De acordo com levantamento da divisão do Seeb-SP do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil representa 26% do total do lucro do grupo Santander no mundo. Mas ainda assim, fecha postos de trabalho.
Comparando o primeiro trimestre de 2013 com o mesmo período do ano passado, as despesas de pessoal do Santander (incluindo remuneração, encargos, benefícios e treinamento) variaram negativamente 4,1%. Apesar das contínuas demissões feitas pela instituição, cresceram tanto o número de clientes (8,49%) quanto de contas-correntes (7,02%), o que aumenta o ritmo e volume de trabalho.
Para Rita Berlofa, secretária de finanças do sindicato e vice-presidenta da Afubesp, isso significa uma pressão maior pelo cumprimento de metas “É uma sobrecarga desumana. Vai causar um adoecimento ainda maior dos trabalhadores. São problemas sérios para discutirmos e ir ao enfrentamento”, pontuou.
“O Brasil está em um processo de crescimento, em um momento bom da economia se comparado com outros países da Europa, e a política do Santander aqui no país vai na contramão disso”, frisou a dirigente. Ela lembrou ainda que, ao mesmo tempo que o banco tenta reduzir despesas fazendo cortes, aumenta em 37,5% o valor distribuído como “bônus” aos executivos do banco. “Estes ajustes estão sendo feitos em cima do emprego do trabalhador. Temos de combater estas ações”, disse.
A respeito do ataque do Santander ao movimento sindical, Rita classifica como “uma prática antissindical condenável” repudiada inclusive pela UNI Finanças Global, que também se manifestou em carta contra o Santander. O encontro reforçou a campanha internacional denunciando as práticas adotadas pelo banco, por meio de envio de mensagem direta aos presidentes do Santander na Espanha (Emílio Botín) e Brasil (Jesus Zabalza). Clique aqui para enviar sua mensagem.
Texto: Letícia Cruz – Afubesp
Foto: Camila de Oliveira