Em protesto contra demissões, bancários paralisam Vila Santander

Demissões, sobrecarga de trabalho que obriga todos a atender todo tipo de ligação, instabilidade no emprego, falta de treinamento, assédio moral. Assim pode ser resumido o Vila Santander. E por esses motivos, os bancários estão paralisando as atividades do centro administrativo que reúne o serviço de call center do banco desde as primeiras horas desta sexta-feira (25). A Afubesp esteve presente no ato.
Os trabalhadores do local atendem clientes de todo o Brasil, fazem serviços de caixa e gerente de agência, cumprem metas de vendas de produtos, e ainda estão tendo de resolver problemas para os quais não receberam qualquer capacitação. Tudo isso em troca dos mais baixos salários pagos pelo Santander.
Para completar a situação calamitosa instalada Vila Santander, os funcionários são obrigados a conviver com a instabilidade no emprego e o risco iminente de demissão. Foram mais de 100 dispensas apenas no mês de maio, que ainda nem terminou.
Lucros mais altos obtidos com a eliminação de postos de trabalho resultam em remunerações cada vez maiores para os privilegiados diretores executivos do Santander. Em 2015, 42 deles ganharam, em média, R$ 2,5 milhões. Em 2017, os 44 diretores executivos receberam, em média, R$ 7,2 milhões, segundo dados disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários. Valor quase 3 vezes maior em apenas dois anos.
Na outra ponta, o atendente do Vila Santander recebe o mais baixo salário pago pelo banco e teria de trabalhar 134 anos para ganhar o mesmo que um diretor executivo do Santander ganhou em apenas um ano.
O Sindicato exige valorização desses trabalhadores, reconhecimento da importância do seu trabalho e, principalmente, respeito ao emprego com o fim das demissões.
“Uma empresa tão lucrativa não tem motivos para demitir”, afirma Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Vila Santander.
Sem organização e participação, não há resistência!
“Se os funcionários do Santander podem trabalhar juntos para gerar o lucro de R$ 10 bilhões, a união para exigir dignidade e respeito ao emprego também é possível”, afirma a dirigente. “Cada bancário do Vila deve participar e ajudar nas próximas atividades e manifestações. É o seu emprego que está em jogo!”, alerta a dirigente.
A paralisação
Bancários paralisam as atividades no Vila Santander desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira 25, contra o descumprimento do acordo pelo banco e a implementação da reforma trabalhista. A Polícia Militar foi chamada para o local e há uma tentativa de intimidação contra o direito da categoria de livre manifestação.
“Vimos manifestações de caminhoneiros no Brasil todo esta semana. E não houve interferência da polícia. Ela não apareceu. Agora a PM aparece na tentativa de nos intimidar. Se houver violência da Polícia Militar ou do banco espanhol, a gente vai denunciar. Nossa atividade, pacífica, é por negociação e respeito aos direitos dos trabalhadores”, enfatiza o dirigente sindical e bancário do Santander Marcelo Gonçalves.
SP Bancários