E lá se vão 15 anos da privatização do Banespa
Nesta sexta-feira, dia 20 de novembro, completam-se 15 anos da realização do leilão do Banespa. Mais do que relembrar a luta de seis anos para evitar a privatização, a mobilização dos funcionários – que certamente está entre as mais belas e longas da história dos trabalhadores brasileiros -, os personagens importantes que se destacaram em defesa do Banespa e o dia fatídico da venda, a Afubesp hoje destaca outros motivos que instigaram o Santander a oferecer 4,8 bilhão de dólares, ou R$ 7,050 bilhões, para comprar o banco. O valor desembolsado representou ágio de 281% em relação ao preço mínimo de venda, que era R$ 1,850 bilhão.
Não resta dúvida: o capital humano, a confiança da marca no mercado, a carteira de clientes, e outros ativos intangíveis foram os responsáveis para que a instituição financeira esticasse os olhos para o Banespa.
Os banespianos trabalhavam de forma diferente, criavam laços com seus clientes, o que fez gerar essa confiança do mercado, agiam (ainda agem) como uma família. Trabalhavam com prazer, muito diferente do que hoje ocorre nas unidades, onde pressão e metas absurdas são aplicadas diariamente.
Agora, depois de uma década e meia, o Santander, que antes não parecia se importar com isso, busca estreitar o relacionamento de seus gerentes com os clientes, mas para isso utiliza de artifícios tacanhos, caso da campanha em que muitas peças publicitárias sensualizaram seus funcionários.
Há 15 anos, o Santander enxergou a oportunidade de estar entre os melhores, usando não apenas a gigantesca estrutura do Banespa, mas também a experiência dos banespianos, os grandes responsáveis pela credibilidade que o banco tinha no mercado. Por isso, hoje a Afubesp reverencia os colegas por terem lutado pelo Banespa, por não terem desistido. Por terem formado essa família que não foi dissipada ao longo do tempo depois da privatização.
Foi pelo tal capital humano, leia-se bancários, que a Afubesp, ao lado dos sindicatos e entidades sindicais, foi persistente na luta pela manutenção do Banesprev e da Cabesp até hoje (lembrando que o edital de privatização dava o prazo de 18 meses e 60 meses, respectivamente, para encerrar as atividades das entidades); pela criação e manutenção de aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (desde 2001), inédito entre os bancos particulares que preserva muitos dos direitos do colegas ainda dos tempos de Banespa, pela conquista de mais de 10 mil famílias de colegas beneficiados pela aposentadoria.
Tudo isso mostra que saímos vencedores, apesar da privatização, e que nossa luta ainda permanece e é significativa.
Afubesp