É greve nacional a partir desta quinta-feira!
Bancários iniciam paralisação por tempo indeterminado em todo o país por melhores salários e condições dignas de trabalho
Os bancos levaram os bancários à greve. Apesar de avisados, desde 12 de setembro, de que a categoria paralisaria as atividades caso não houvesse nova proposta, a Fenaban não retomou as negociações. Assim, trabalhadores de todo o país param a partir desta quinta-feira 19 para pressionar a federação dos bancos a atender as reivindicações que desde o início da campanha estão claras: sem aumento real, PLR maior, valorização do piso, vales e auxílios, soluções para questões de saúde, segurança e condições de trabalho, a Campanha 2013 não acaba.
“É importante que o escriturário, o caixa, o analista, o assistente, o gerente, todos os bancários entrem firmes na mobilização e construam uma forte greve ao lado do Sindicato. Vamos mostrar aos bancos que não saímos da Campanha 2013 se não houver valorização dos trabalhadores e soluções para problemas que atormentam a categoria como adoecimento em função da sobrecarga de trabalho e da pressão por metas diárias, cada vez maiores”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. A dirigente falou aos bancários que participaram de assembleia para organizar o movimento, na noite da quarta-feira 18, na Quadra.
No início dos debates os bancários fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente do Sindicato, Luiz Gushiken, que morreu na sexta-feira 13.
Eles podem – Em coletiva de imprensa realizada na tarde dessa quarta-feira, a presidenta do Sindicato lembrou uma série de dados que comprovam a solidez e a alta rentabilidade dos bancos no Brasil. “O cenário nacional também é favorável, com crescimento do Produto Interno Bruto, empregos, inflação sob controle. Os bancos estão ganhando como sempre – alta nos lucros, receita com tarifas, carteiras de crédito – e devendo muito aos bancários e a toda sociedade.”
A dirigente lembrou que o setor economiza à custa dos trabalhadores. “Seja extinguindo postos e levando ao extremo a sobrecarga de trabalho, seja demitindo trabalhadores antigos por mais novos e com salários mais baixos. É um absurdo que um setor tão lucrativo como os bancos leve os bancários à greve todo ano”, completa Juvandia.
Passeata – A assembleia em São Paulo definiu ainda a realização de passeata na terça-feira 24, na Avenida Paulista. A concentração será às 16h, no vão livre do Masp.
> Vídeo: orientações para a greve
Assembleia – Os bancários realizam nova assembleia para avaliar o movimento na segunda 23, às 17h, na Quadra (Rua Tabatinguera, 192, Sé).
Comando de greve – Integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros de todos os bancos, delegados sindicais da Caixa Federal e do Banco do Brasil, o Comando de Greve representa 95% dos cerca de 490 mil bancários de todo o país.
As reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Seeb SP e Contraf