Bancários de todo o país repudiam práticas antissindicais do Santander
Intensas mobilizações marcaram o Dia Internacional de Repúdio às Práticas Antissindicais do Santander, além da tentativa de censura imposta pela instituição financeira aos movimentos sindicais. A mobilização foi definida no último dia 7 de maio, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, no Paraguai. Além das atividades em São Paulo, bancários de todo o país também foram para as ruas a favor das liberdades de expressão e sindical. Confira um resumo:
– Os bancários de Belém paralisaram onze agências do Santander. Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim, o banco espanhol está reagindo à luta legítima dos trabalhadores e tenta intimidar as entidades sindicais e seus funcionários. “Além de ferir o direito à liberdade de expressão, a instituição financeira não respeita a liberdade sindical. Mas este banco espanhol esquece que temos disposição e coragem para lutar diariamente por melhores salários e condições de trabalho em cada região do país. Além do bancário, o cliente também sofre com as demissão, uma vez que o serviço fica cada vez mais precarizado”, afirmou.
– No Espírito Santo, os bancários do Santander protestaram usando gravatas, em ironia à gravata do presidente do Grupo, Emílio Botín. No Rio de Janeiro permaneceram fechados os núcleos regionais (Recreio, Humaitá, Tijuca e Bonsucesso), além de três no centro (Avenida Rio Branco, Presidente Antonio Carlos e Pio X, onde funcionam as Superintendências), comprometendo as atividades administrativas e operacionais do Santander. Os funcionários se queixam de abuso de autoridade, obrigando alguns a chegarem ao trabalho de madrugada visando boicote à greve.
– Em Uberaba (MG), duas agências foram fechadas em protesto e os trabalhadores distribuíram carta aberta aos clientes explicando o motivo da paralisação. Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Uberaba, Maurício de Sousa, “as ações judiciais são tentativas de intimidação dos trabalhadores e de censurar a divulgação da verdade sobre as condições de trabalho no banco espanhol”. Os bancários de Juiz de Fora fizeram atividades em suas agências.
– Os funcionários do Santander em João Pessoa também participaram do movimento. “O banco espanhol faz e acontece, não tem ética, não respeita os trabalhadores e ainda tenta intimidar a categoria através de medidas judiciais. Não vamos nos submeter ao capricho da direção do Santander”, desabafou Genário Lima, diretor do Sindicato.
– Cinco agências permaneceram paralisadas por uma hora em Brasília. As unidades do Sudoeste, da 710 Norte, do Setor Comercial Sul, de Águas Claras e de Taguatinga Centro não funcionaram das 11h às 12h em protesto contra a postura antidemocrática do banco. José Anilton, diretor da Fetec-CN, afirmou que o banco precisa ter postura de valorização dos funcionários. “A situação no DF não é diferente do resto do país, com demissões e adoecimento dos trabalhadores”, disse.
– Na Bahia, as agências do Mercado Modelo, Praça da Inglaterra e Salvador/Centro ficaram paradas até o meio-dia. O objetivo foi combater o assédio moral e as más condições de trabalho no banco que, cada vez mais, demite e deixa funcionários sobrecarregados.
– A agência Santander da Prefeitura de Várzea Grande, no Mato Grosso, ficou fechada ontem. A agência atende quase 8 mil correntistas e possui apenas seis funcionários. Eles cobraram o fim das práticas antissindicais e das demissões, reivindicando melhores condições de trabalho, mais contratações e segurança para os trabalhadores e a população.
– Em Curitiba, a agência do Santander localizada na Rua Marechal Deodoro, no centro, ficou fechada até as 12h.
– Os bancários de Londrina protestaram contra o enxugamento de quadros das agências locais e contra o desrespeito do Santander com o trabalhador. “Essa retaliação do Santander contra os sindicatos é uma forma de esconder a forma desrespeitosa que o banco adotou no Brasil, impondo metas abusivas aos funcionários e reduzindo cada vez mais o quadro de pessoal para ampliar seus ganhos”, aponta Dirceu Quinelato, diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina.
– As cinco agências do Santander do Centro de Campo Grande, sendo duas da Rua Barão do Rio Branco, uma da Rua 13 de Maio, uma da Rua Dom Aquino e uma da Rua Marechal Rondon, fecharam para atendimento aos clientes. Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Valdemir da Silva Cardoso, “o movimento busca mostrar para a sociedade a tentativa do banco em calar o movimento sindical, através de ações judiciais contra a manifestação dos trabalhadores bancários”.
Afubesp com Contraf-CUT e sindicatos