Dia do Bancário: profissão se reinventa, mas a luta por direitos persiste
A data de 28 de agosto é especial para os bancários, pois celebra a importância e o papel dos profissionais que atuam no setor financeiro. Ao longo dos anos, os direitos da categoria passaram por diversas transformações, assim como a indústria bancária como um todo. Uma das mais relevantes, sem dúvida, são as inovações tecnológicas. Se antes os bancários representavam 59% do emprego formal no sistema financeiro, em 2021 caiu para 44%, com redução de 70 mil postos de trabalho.
“A cada onda tecnológica, uma parte do serviço financeiro sai do banco, vai para fora da estrutura, ainda que a própria empresa assuma o controle nessa cadeia de geração de riquezas. A categoria bancária não vai acabar, não está acabando, mas está mudando drasticamente”, comentou o economista e técnico do Dieese Gustavo Cavarzan, durante a 25ª Conferência Nacional dos Bancários.
Neste contexto, o Santander não para de querer burlar os direitos dos trabalhadores. Agora, incentiva, por exemplo, a realização de acordos individuais (sobre questionamentos de condições de trabalho e contratação) sem a participação do movimento sindical.
Assim como as demais instituições financeiras, adota cada vez mais a terceirização, rebaixando salários, retirando direitos, mas não sem a resistência da organização dos trabalhadores.
Bancários X tecnologia
Embora a introdução dos canais digitais tenha proporcionado conveniência e agilidade para boa parte dos clientes, essa transformação também trouxe à tona questões relacionadas à segurança cibernética, privacidade dos dados. De acordo com o ranking de reclamações do Banco Central, as principais queixas contra o Santander (7º colocado na lista) têm relação com irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões, operações de crédito e empréstimos, por exemplo.
Sem contar, que toda essa tecnologia representa muita dor de cabeça para o público mais velho, afinal nada supera o atendimento humano. Muitos idosos podem enfrentar dificuldades ao se adaptarem às tecnologias digitais, devido à falta de familiaridade e experiência. Isso pode gerar frustração e desconfiança em relação aos canais digitais dos bancos, deixando as pessoas mais vulneráveis a fraudes e golpes online devido à falta de conhecimento sobre as melhores práticas de segurança cibernética.
Um pouco de história
Desde a década de 1920, os bancários têm lutado por melhores condições de trabalho, salários dignos e direitos básicos. A criação de sindicatos e associações foi fundamental para a conquista de avanços, como a jornada de trabalho de seis horas diárias, vale-refeição, vale-alimentação, PLR, 13ª cesta alimentação, licença-maternidade e paternidade ampliadas, auxílio creche, abono-assiduidade, etc.
A presidenta da Afubesp Maria Rosani parabeniza todas e todos os bancários e os conclama a fortalecer a luta. “Há de se lembrar a importância ímpar da Convenção Coletiva de Trabalho, conquistada pela categoria bancária, que garante os mesmos direitos à todos, indistintamente. Estamos sempre na luta”, comemora.
Ao contrário da percepção equivocada de parte da sociedade, esse conjunto de direitos não são benefícios oferecidos pelos bancos, e sim conquistas da luta organizada dos trabalhadores do setor, ao lado das suas entidades representativas.
“A nossa luta nos garante! Foi graças a ela que assinamos a Convenção Coletiva de Trabalho, que vem sendo renovada há mais de 20 anos, garantindo os mesmos direitos à todos indistintamente”, comenta a presidenta da Afubesp, Maria Rosani, que completa: “nossos parabéns à toda a categoria!”