Cabesp: forma de encaminhamento na assembleia é criticada pelos dirigentes
Com a participação de 297 associados, que representaram 1.400 votos, as contas do exercício de 2011 da Cabesp, a dotação orçamentária de 2012 e o referendo do regulamento odontológico foram aprovados durante a assembleia realizada na tarde do último sábado, dia 28, no Esporte Clube Banespa.
No ano passado, a entidade ultrapassou R$ 4,5 bilhões de patrimônio e obteve superávit de R$ 143 milhões.
Mais uma vez a forma de encaminhamento adotado pelo presidente da Cabesp, Eduardo Prupest, prejudicou os debates. “A assembleia mal tinha começado quando foi liberada a votação, o que acabou esvaziando o evento porque muitos colegas foram embora em seguida sem ouvir as discussões sobre os números e outros temas”, comenta o diretor da Afubesp Wagner Cabanal. ” Além disso, companheiros de beneficiários dos planos foram impedidos de assistir à assembleia, o que classificamos como ditatorial.”
A identificação dos associados nas cédulas de votação foi outro problema encontrado, que já tornou-se recorrente nessas assembleias. “Já denunciamos dezenas de vezes a atitude da diretoria da Cabesp em identificar o voto dos associados com número de matrícula ou CPF atrás das cédulas. O voto tem que ser secreto para não causar nenhum constrangimento aos colegas “, reivindica o diretor da Afubesp Camilo Fernandes.
Cabesp Família
Embora não estivesse na pauta da assembleia, os representantes dos associados denunciaram o aumento abusivo – de 22,01% – no Cabesp Família, que entrou em vigor no dia 1º de maio.
“Desde que o aviso foi remetido aos associados, já fizemos várias solicitações de cópia do estudo atuarial do plano, mas não fomos atendidos”, comenta Carmen Meireles, que é suplente no Conselho Fiscal da Cabesp.
Ao invés disso, os documentos foram apresentados ao Santander. Fica a pergunta: se pode para o banco, por que não mostra para os beneficiários, que são os que arcam com as despesas do plano?
Carmen ressalta que a gestão da Caixa Beneficente deve ser democrática, para que os associados possam ser ouvidos.
Érika Soares – Afubesp
Foto: Jamil Ismail