Cabesp quer intimidar conselheiros eleitos com ação judicial às vésperas das assembleias; Não nos calarão!

Semana antes das assembleias de prestação de contas e da deliberação dos regulamentos – AGO e AGE, respectivamente -, a presidente da Cabesp entrou com pedido na Justiça contra o Conselho Fiscal, que reprovou as demonstrações financeiras da entidade.
Equivocadamente, a Cabesp afirma que os membros eleitos do Conselho – Mario Raia, Julio Higashino e Claudanir Reggiani – tomaram decisão “política” e que os mesmos têm “conflito de interesses”, portanto estariam impedidos de votar.
Quando perguntados, os conselheiros fiscais informaram que ainda não tomaram ciência da íntegra da ação mas, desde já, repudiam o comportamento e lembram que o dever dos conselheiros é de examinar a qualquer tempo quaisquer atos da diretoria e de seus diretores, conforme o Artigo 55, parágrafo 1 do Estatuto. Além disso, devem ter total liberdade e autonomia para tanto, o que deverá ser referendado ou não pela assembleia.
Na peça jurídica que veio a público no fim da tarde da terça-feira (18) , a Cabesp coloca em xeque a competência dos eleitos na deliberação do tema e aponta sem fundamentos que houve abuso na reprovação das contas, vez que contratou empresa de auditoria para analisar os números. Pede, ainda, que o Conselho emita um novo parecer sem levar em conta as justificativas dadas no parecer anterior.
Ao impor esse parecer por via judicial esperando uma mudança de posicionamento, a atitude da Cabesp parece mais uma coação e segue a linha das tentativas de esvaziamento das funções dos diretores e conselheiros eleitos.
“Apenas subsidiariamente, requer-se seja determinada a realização de nova deliberação pelo Conselho Fiscal da Cabesp a respeito do tema, com a abstenção dos Conselheiros impedidos, determinando-se, ainda, que se abstenham de invocar razões alheias às Demonstrações Financeiras propriamente ditas e que excedem o objeto de análise do Conselho Fiscal”, diz o texto da ação.
Mario Raia, secretário-geral da Afubesp e membro do Conselho – que ainda não foi citado e, portanto não tomou conhecimento da ação -, expõe a gravidade do assunto. “Este é só mais um episódio absurdo em que a cúpula da entidade demonstra seu desespero diante das questões levantadas pelos membros eleitos do Conselho, que estão à serviço exclusivamente dos associados pela lisura das ações tomadas pela Cabesp. Não vão nos calar!”, enfatiza.
A Afubesp está tomando as medidas cabíveis.