BANESPIANOS APROVAM O RETORNO AO TRABALHO COM MANUTENÇÃO DO
Às 19 h, os funcionários do Banespa que participaram da assembléia em frente à Alesp aprovaram, por maioria, a proposta de suspensão da greve que teve início no dia 31 de outubro. A assembléia decidiu também manter o Estado de Greve e a luta contra a privatização. No próximo dia 15 será realizado um encontro nacional, para avaliação unificada de todo o processo e definição dos próximos passos da luta contra a entrega do banco.
A proposta pelo recuo tático se apoiava na evidência, confirmada na audiência de conciliação e julgamento ocorrida hoje, de que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) não faria um julgamento isento do movimento e que decretaria a ilegalidade e abusividade da greve. Isso traria graves conseqüências para os funcionários, como a possibilidade de demissão por justa causa e repressão aos grevistas. O TST também poderia, no julgamento, retirar outras cláusulas do acordo coletivo. Na avaliação da maioria dos dirigentes, o retorno dos funcionários ao trabalho com a manutenção do Estado de Greve era a decisão mais sensata diante da estratégia clara do governo para quebrar a organização dos funcionários.
O que está assegurado. Na audiência de conciliação em Brasília, o Banco se compromete a:
Repassar aos banespianos os mesmos índices de reajuste que forem acordado na Fenaban;
Pagar a PLR conforme proposta anterior: 25% dos dividendos a serem pagos aos acionistas, se o banco continuar federalizado. Num cenário hipotético de privatização, haverá repasse da PLR nos mesmos moldes da Fenaban;
Não descontar os dias parados e não fazer nenhum tipo de represália aos grevistas;
Manter todas as cláusulas do acordo coletivo, exceto a cláusula de garantia de emprego.
Garra. O movimento grevista dos banespianos foi tão vigoroso em todo o país, que forçou o debate sobre a privatização nos meios de comunicação. Antes, a maior parte da imprensa comportava-se como se a privatização já fosse um fato consumado e não houvesse nada a contestar. Nos últimos dias, iniciou-se um movimento claro de questionamento do processo, ampliado após a denúncia de subavaliação do preço do Banco constatada no estudo elaborado por economistas do Dieese/Unicamp.
fonte: AFUBESP