BANESPIANO FALA DA FORÇA DA CATEGORIA
A Afubesp divulga texto de Deoclécio da Silva, banespiano de São José do Rio Preto em que fala da força da categoria. O texto foi lido em assembléia da categoria na última segunda-feira e foi aplaudido por todos: veja a seguir
“Ainda era pequeno, coisa de 8 a 9 anos de idade e lembro quando chegou um circo de “bicho” na cidade. Lembro dos caminhões chegando com as jaulas de diversos tamanhos para diferentes bichos. Tinha camelos e dromedários que não sabiam porque vieram, tinha as zebras, girafas, chimpanzés, cavalos, cachorros, onças, leopardos e o todo poderoso e imponente Leão, cheio de charme, porque as atenções eram para ele. Ah, havia os elefantes, “coitados”; sabe por que? Coitados, porque foram eles que tiveram de trabalhar, e como trabalhavam. Eu os vi arrastando os fardos de lona, arrastando os mastros e puxando tudo que era de mais pesado.
O que mais me chateava, no entanto, era ver que quando os elefantes se cansavam e se irritavam, lá estava o dono do circo para dar umas bolinhas de açúcar e pronto, eles continuavam a trabalhar com afinco e com amor.
Dois dias após a chegada do circo, eu assisti à passeata dos bichos pela cidade, e lá estavam os elefantes com as cores do circo. Eles carregavam lindas bailarinas, e ganhavam, de quando em quando, algumas bolinhas de açúcar. Àquela altura já era fã dos elefantes, e qual não foi a minha alegria e admiração, quando na hora do espetáculo lá estavam eles, dançando, dando cambalhotas, chutando bolas, equilibrando-se com as patas traseiras, e na hora que eles se irritavam, lá vinham umas míseras bolinhas de açúcar. E, eles continuavam o espetáculo.
No dia em que o circo ia embora lá estavam eles outra vez, carregando os mastros, os fardos de lonas. O pagamento era sempre o mesmo: umas bolinhas de açúcar.
Naquela altura eu perguntei a um senhor que estava ao meu lado, assistindo o desmanche. Como pode ser? senhor; eu estou observando estes elefantes desde o início, pois foram eles que deram início a tudo isto, pois ergueram o mastro, carregaram os fardos de lonas e as peças mais pesadas. Depois de tudo montado eles foram em passeata pela cidade fazendo propaganda do circo. No fim, só eles carregaram tudo de novo, mas o mais engraçado disto tudo é que o que eles ganham com toda esta dedicação, são apenas umas bolinhas de açúcar, enquanto que o dono do circo pega tudo para ele!
Então, aquele simples senhor me respondeu: sabe, menino. O problema é que os elefantes tem cérebro muito pequeno, e eles não sabem a força que têm, o poder que têm. Por isso, eles são explorados. Agora, no dia em que eles souberem da força que possuem, então eles não vão querer só bolinha de açúcar, mas sim com mais mel. Sabe? Menino! Existem milhares de empregados que são elefantes, pois eles armam um circo no início do dia, viram piruetas, fazem de tudo durante o dia, e no final, ao fecharem com as metas cumpridas, têm em troca alguma bolinhas.
BANESPIANOS, NÓS SOMOS FORTES, SOMOS PODEROSOS, VAMOS CONTINUAR ELEFANTES, MAS ELEFANTE DE MIOLO GRANDE E QUEREMOS MAIS MEL NAS NOSSAS BOLINHAS. NÓS MERECEMOS.”
fonte: AFUBESP