Bancários dizem sim para o dia nacional de mobilização nesta sexta
Em assembleias nos locais de trabalho em São Paulo, categoria adere em peso à proposta de paralisação na sexta-feira, num claro recado ao “governo” Temer, seus deputados e senadores aliados, empresários e banqueiros: nenhum direito a menos. Não à aposentadoria só aos 65 anos, não à terceirização ilimitada, não à redução de direitos, não às privatizações
Mais uma vez os bancários deixaram claro que não fogem à luta. As assembleias nos locais de trabalho definiram a participação dos trabalhadores no dia nacional de mobilização, 10 de junho, e deram um importante recado aos banqueiros, aos empresários, aos maus políticos do Congresso Nacional e ao “governo” Temer: não mexam nos nossos direitos.
Durante três dias, representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região percorreram centenas de agências e a maioria dos centros administrativos dos bancos, coletando votos da categoria. A pergunta era clara: você concorda com a paralisação das atividades no dia nacional de mobilização, em 10 de junho, para defender seus direitos? O resultado foi muito significativo: dos 14.941 trabalhadores que participaram, 12.095 bancários disseram sim para a luta contra a retirada de direitos como a aposentadoria somente a partir dos 65 anos para homens e mulheres; contra a terceirização ilimitada; contra a flexibilização da CLT; contra a privatização de tudo que for possível, conforme anunciado pelo “governo” Temer.
“BB e Caixa, assim como a Petrobrás, estão na mira da privatização; os empregos na mira da terceirização; a Previdência e nossos direitos na mira dos rentistas, já que nenhuma medida desse ‘governo’ pretende mexer com os ganhos dos banqueiros ou com os mais ricos. É tudo contra trabalhadores e a população mais carente, ou seja, a esmagadora maioria dos brasileiros”, critica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
“Os bancários deram um grande recado por intermédio das urnas que percorreram os locais de trabalho: nenhum direito a menos. Por que não taxar grandes fortunas, heranças, mudar a tributação que penaliza tanto os assalariados? Não! Eles querem é retirar direitos e isso não vamos aceitar”, afirma a dirigente.
Dia 10 vamos parar
A decisão dos bancários foi tomada nas votações em assembleias realizadas nos locais de trabalho nos dias 2, 3 e 6 de junho e referendou a paralisação das atividades no dia 10 por 81% dos votos (foram 16,1% não e 1,3% de brancos e nulos). O Sindicato definirá onde concentrará esforços para o fechamento de unidades estratégicas.
“Precisamos dar visibilidade ao nosso movimento e também incomodar os setores da economia que apoiam esse golpe contra os direitos dos trabalhadores”, explica Juvandia. “Não conseguiremos paralisar a totalidade dos locais de trabalho de São Paulo, Osasco e região. A população terá atendimento parcial. Mas, a partir das 17h, os bancários estão convocados para o grande ato que reunirá trabalhadores de todas as categorias, além de movimentos social e estudantil, na Avenida Paulista (concentração no vão livre do Masp). Participem!”
Nenhum direito a menos!
Perdas com a terceirização – em geral, os terceirizados recebem salários 27% menores em média que os contratados diretos (no setor financeiro chega a 70% menos), têm jornada semanal 7% maior, segundo levantamento CUT e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Mudanças na Previdência – defende que homens e mulheres se aposentem somente a partir dos 65 anos.
Privatizações – Medida Provisória 727, publicada em 12 de maio, dá condições para que o Estado privatize o patrimônio público: Caixa, BB e Petrobrás estão na mira.
Mudanças na CLT – uma reforma trabalhista pode levar trabalhadores a ter de negociar direitos diretamente com os patrões. Imagina o funcionário ter de definir em negociação com o patrão jornada, férias, pagamento de 13º.
Folha Bancária