Bancários, aposentados e clientes exigem respeito! Denúncias de ataques e fraudes do Santander chegam ao Congresso
Quem se aposenta precisa de paz e segurança para viver a velhice. O bancário que se esforça todos os dias quer respeito e valorização, em vez de precarização. E, naturalmente, clientes que pagam altas tarifas exigem atendimento humanizado nas agências, sem serem empurrados para os vulneráveis aplicativos digitais. Mas, apesar de todo o lucro que obtém daqui, o Santander teima em não respeitar o Brasil e muito menos quem construiu e segue construindo a sua história.
Para ampliar essa mensagem, representantes denunciaram mais uma vez na quinta-feira (3) as práticas antissindicais, terceirizações fraudulentas, fechamento de agências e ataques do banco espanhol aos trabalhadores da ativa e aposentados brasileiros, desta vez na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados em audiência convocada pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
Participaram, além da Afubesp, representantes da Contraf-CUT, COE Santander, Uni Américas, Seeb-SP, Fetrafi/RS, Conalis MPT, entre outros. Mais uma vez, o Santander declinou convite da Comissão de Trabalho e perdeu a chance de dialogar.
Desde junho, a Afubesp propaga campanha contra os muitos tipos de violência que o Santander pratica contra os banespianos com a retirada de patrocínio do Banesprev e sistemáticos ataques ao Estatutos do fundo de pensão e da Cabesp – e não foi diferente nessa ocasião. “O que o Santander está fazendo se chama abuso de poder, um ataque à dignidade humana e uma cruel e perversa violência contra os idosos”, criticou da plenária a presidenta Maria Rosani, exigindo ainda que o banco cumpra seus compromissos.
Ao final da audiência, a deputada Érika Kokay sugeriu a realização de uma reunião na Previc para tratar da total falta de respeito do Santander com a previdência complementar dos banespianos. A Afubesp, por sua vez, já fez inúmeras denúncias e continua com a missão.
Dados impossíveis de ignorar
De 2019 para cá, foram fechados mais de 18 mil postos de trabalho – a maior parte dos afetados foram mulheres, que sofrem também disparidade quanto ao salário, recebendo menos que os homens. O abismo se agrava para as mulheres pretas. No mesmo período foram fechadas 301 agências em todo o país, principalmente nas áreas periféricas.
A onda de terceirizações de bancários para outras empresas do conglomerado escancaram, além da precarização trabalhista, um grave problema tributário. Entre janeiro e agosto de 2024, as empresas F1RST, SX e Tools, para onde foram transferidos a maioria dos profissionais de TI, contaram com isenção fiscal de R$ 103 milhões. “É urgente que se onerem essas fintechs, que pagam inclusive muito menos impostos que os bancos”, disse Juvândia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.
Como pode um banco aumentar sua receita e quadro de funcionários diminuindo despesas com pessoal? A resposta mais óbvia, segundo Juvândia, é reduzindo as remunerações, cortando benefícios e apostando na rotatividade. “Que compromisso é esse que eles (Santander) têm com o país?”, indagou. Esta é uma luta por justiça social, por um país mais justo e igualitário, e precisa ser encampada por todos que prezam por direitos.
O parlamento irá acompanhar os desdobramentos dessas denúncias, que ainda devem se espalhar pelo país.
Assista à audiência na íntegra:
Letícia Cruz – Afubesp
Fotos: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados – Divulgação/Afubesp