Abertas comemorações do Dia da Consciência Negra
O Sindicato dos Bancários de São Paulo promove nesta sexta-feira, dia 19 de novembro, um cortejo pelas ruas do centro da capital paulista para marcar as comemorações do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. A data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares.
Com o tema Igualdade de Oportunidades, o cortejo parte às 12h da frente da sede do Sindicato (Rua São Bento, 413) e contará com a participação do grupo de percussão Filhos de Mãe Preta e da cantora Adriana Moreira.
O ato tem como principal objetivo cobrar que o estatuto da igualdade racial, aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha aplicação. “Queremos que o conjunto de políticas públicas, voltadas para a população negra, seja colocado em prática, como acesso a moradia digna, educação de qualidade e principalmente a serviços de saúde que atendam suas necessidades”, afirma o diretor do Sindicato, Julio Cesar Silva Santos.
O dirigente acredita que a igualdade de oportunidades é um processo estrutural, pois as crianças negras crescem sem identificação com os programas curriculares das escolas, e a mídia não projeta beneficamente a imagem do negro. “A co-relação causa-efeito acarreta conflitos, gerando adultos com grandes dificuldades de acesso a moradia, a educação, entre outros problemas que acabam desencadeando uma série de problemas no indivíduo, com reflexos na sociedade.”
Pesquisa
Segundo os dados do Instituto Data Popular, divulgados no primeiro semestre deste ano, 78% da categoria bancária é composta por homens brancos, 16,7% são pardos e 2,3% negros. Os negros, além de minoria, também amargam os menores salários. O negro recebe 84% do salário do homem branco, enquanto a mulher negra recebe 68%. Os cargos de diretoria e superintendência são ocupados por apenas 5% de negros e pardos. Julio destaca que a luta do Sindicato é para abrir mais espaço para as melhores colocações profissionais e também obter melhores salários para os negros. “Queremos visibilidade, democracia cultural e reafirmar as questões étnicas. Lutamos para a inclusão do negro na categoria bancária e acima de tudo que tenham emprego de qualidade e renda salarial igualitária para todos”, conta.