IA e emprego bancário no centro do debate da 27ª Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP

O avanço da Inteligência Artificial e seus efeitos no emprego bancário foi o tema que marcou a 27ª Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP, realizada no último sábado (16), em São Paulo. Durante o encontro, sindicalistas reforçaram que a tecnologia deve servir para melhorar a vida da classe trabalhadora ao invés de cortar postos de trabalho.
O sociólogo Sérgio Amadeu destacou que 60% dos empregos em países desenvolvidos estão em risco diante da IA e alertou para a urgência de regulação e soberania digital. “O movimento sindical precisa garantir que os ganhos de produtividade não se transformem em desemprego, mas em qualidade de vida, com redução da jornada e preservação dos direitos”, afirmou.
A presidenta da Afubesp, Maria Rosani, que participou do evento, ressalta que a categoria bancária já sente na pele os impactos da digitalização. “Não podemos permitir que a Inteligência Artificial seja usada apenas para reduzir custos e demitir trabalhadores. O sistema financeiro brasileiro precisa assumir compromisso social. Nossa luta é para que a tecnologia seja uma aliada, que traga eficiência sem excluir pessoas, garantindo emprego, dignidade e segurança para os bancários e para a sociedade.”
Além do debate sobre IA, a conferência aprovou um plano de lutas que inclui a defesa dos bancos públicos, a regulamentação do sistema financeiro, a redução da jornada sem corte de salários e a resistência à terceirização e pejotização. Também foram eleitos os delegados que representarão São Paulo na Conferência Nacional dos Bancários, de 22 a 24 de agosto, na capital paulista.
Aline Molina, presidenta da Fetec, conduziu a Conferência ao lado dos presidentes dos 14 sindicatos filiados à federação, e defendeu a força de organização e luta dos bancários. “Nossa categoria conhece o valor dessa luta, por ser protagonista na defesa dos direitos trabalhistas, das liberdades democráticas e da justiça social no Brasil. Temos clareza: não existe democracia sólida sem soberania nacional, assim como não há soberania sem um povo organizado, consciente e mobilizado para defendê-la.”
Afubesp com informações Fetec-CUT e SP Bancários