Bancários cobram políticas preventivas de saúde

Em reunião com o Comando Nacional dos Bancários, realizada no dia 11, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) decidiu apresentar aos bancos os elementos sobre política de prevenção dos problemas de saúde do trabalho, propostos pela representação da categoria.
O documento apresenta a constatação da realidade de saúde dos bancários, destaca a necessidade de reconhecimento dos riscos, da participação dos trabalhadores para a construção da política de prevenção e aponta a possível causa dos problemas. O texto afirma, ainda, que o número de afastamentos devido a doenças psíquicas não para de aumentar, e se mantém aqueles ocasionados devido às lesões por esforços repetitivos e aos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/Dort).
A Fenaban admitiu a gravidade do problema, mas solicitou prazo para que os bancos internalizem as reivindicações colocadas pelos representantes dos trabalhadores, debatam sobre elas e consigam, juntamente com os trabalhadores, desenvolver polícias que permitam a prevenção dos problemas de saúde da categoria.
Questões pendentes
O Comando Nacional dos Bancários também cobrou respostas da Fenaban sobre questões que ficaram pendentes na última reunião da mesa temática de saúde do trabalhador, realizada no dia 11 de julho.
Sobre a cláusula 29, que trata da complementação dos auxílios doença previdenciário e acindentário, os bancos concordam em fazer a complementação, mas pediram para que os trabalhadores levantem casos específicos da não complementação para que a Fenaban possa verificar se são casos isolados, ou se são fruto de mudanças dos procedimentos do INSS. A intenção é não prejudicar um número maior de trabalhadores do que os que serão beneficiados.
Com relação aos problemas de não concessão de cestas alimentação a bancários afastados para tratamento de saúde, previsto no parágrafo terceiro da cláusula 15, a Fenaban vai chamar reunião geral dos bancos para avaliar se o problema está no descumprimento da cláusula pelos bancos, ou se trata de nova demanda da categoria. A federação dos bancos ficou de dar uma resposta após esta reunião, que deve acontecer ainda no mês de setembro.
Santander x saúde do trabalhador
A 3ª Vara do Trabalho de Brasília condenou o Santander por assediar moralmente os funcionários, ao submetê-los a metas abusivas de produção e cobranças excessivas. O banco foi condenado a pagar R$ 274 milhões de indenização por dano moral coletivo. Além disso, a sentença proíbe a empresa de submeter trabalhadores a metas abusivas e exige que a definição das metas seja feita por negociação coletiva entre a empresa e a entidade representativa dos trabalhadores.
O Santander é a sétima empresa que mais gera adoecimentos mentais no Brasil, segundo o magistrado que proferiu a sentença. Em 2014, a média de afastamentos por acidente e doença mental ocupacional no banco foi de dois empregados por dia, são quase três trabalhadores afetados por dia de trabalho, levando em conta apenas os dias úteis (segunda-feira a sexta).
De 2012 a 2016, 6.763 bancários receberam auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desse total, 1.784 são ou foram empregados do banco Santander, o que significa 26,38%.
Informações Contraf-CUT e CUT
Foto: Contraf-CUT