Vila Santander e Casas 1 e 3 firmes na greve, Afubesp presente
No décimo dia de greve da categoria bancária nesta quinta-feira (15), os funcionários do Santander continuam firmes e fortes pressionando por valorização, reajuste digno e melhores condições de trabalho. Os dirigentes e funcionários da Afubesp, junto do Sindicato dos Bancários de São Paulo, estão nas concentrações com os bancários do Casa 1, Casa 3 – na zona sul da capital paulista – e Vila Santander, no bairro do Limão. Esta é a sexta vez que os centros administrativos param nesta greve.
No Casa 1, o clima geral é de indignação por conta da pífia proposta de reajuste dada pelos banqueiros, de 5,5% (com perda de 4% ante a inflação) e abono de R$ 2,5 mil. Camilo Fernandes, presidente da Afubesp, está presente nas mobilizações do Casa 1 e tem conversado com os funcionários de lá. “Os trabalhadores estão revoltados com a proposta e o silêncio dos bancos que não estão dialogando”, afirma.
Sobre o índice de reajuste apresentado pela Fenaban em setembro, o dirigente lembra ainda que enquanto os bancos propõem aumentos mais baixos que a inflação para seus funcionários, oferecem grandes reajustes para os executivos. Em levantamento, as instituições financeiras preveem aumento de até 81% na remuneração dos diretores executivos. O Santander, por exemplo, estima gastar em R$ 2,575 milhões com o supersalário de cada um dos diretores estatuários em 2015, ante os R$ 2,347 milhões de 2014.
Por estas e outras razões, os trabalhadores têm dado total suporte à greve. O Casa 3, onde trabalham mais de 2 mil pessoas, amanheceu vazio – e os bancários permaneceram fora dos prédios apoiando a causa. “Aqui a greve está muito forte, e seja quem for que dialogamos entende que é necessário lutar por valorização”, comenta o diretor Wagner Cabanal, presente no Casa desde a madrugada. A concentração segue até o fim da tarde.
A atmosfera no Vila Santander segue a dos demais pontos de greve: de indignação e espírito de luta. De acordo com a diretora financeira da Afubesp Maria Rosani, todos estão decepcionados com o que os bancos querem oferecer aos trabalhadores. “Temos dialogado com eles da importância de manter a unidade e ir atrás do que é nosso por direito”, ressalta a dirigente.
Os bancários vão se reunir em assembleia na próxima segunda-feira (19), às 17h, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Sé). “Esperamos que o banco venha com uma ótima proposta para fechar a greve, e que vá de encontro com o que os bancários querem, com aumento real e justo”, destaca Rosani, completando: “Somente isso poderá tirar os trabalhadores da greve”.
Letícia Cruz, Afubesp






