Terceirização: caso Transpev é exemplo de desrespeito
Além de enfrentar salários mais baixos, jornadas mais longas, menos direitos e conviver com mais riscos de demissão, os terceirizados ainda têm de enfrentar a insegurança jurídica.
Um exemplo é o que ocorreu com os empregados da Transpev. A empresa prestava serviços ao Santander, mas rescindiu o contrato em 2008, deixando cerca de 500 funcionários sem emprego e sem direitos trabalhistas.
Trabalhadores como Mara (nome fictício), que de uma hora para outra viu seu emprego se esfacelar e até hoje luta na Justiça por verbas a que tem direito.
“Nós chegamos um dia para trabalhar e a empresa não existia mais. Simplesmente faliu e ficamos sem receber FGTS, sem nossos direitos. Foi uma briga para termos baixa na carteira de trabalho. Algumas pessoas conseguiram seus direitos na Justiça, mas muita gente ainda não conseguiu nada”, conta.
À época, o Sindicato interveio e conseguiu do Santander a recontratação dos empregados, mas por meio de outra terceirizada. Hoje, Mara continua prestando serviços tipicamente bancários, ganhando menos do que os contratados diretos, com jornada maior, sem pagamento de hora extra.
A revolta se acentua quando ela é lembrada que as empresas se valem da terceirização para aumentar lucros, já que um funcionário submetido a esse regime contratual custa muito menos.
“Infelizmente é um pensamento egoísta. O banco só pensa nele, não está pensando na gente, que trabalha duro, todos os dias. Entro às 20h e às vezes saio 3h, 4h, nunca recebi hora extra, a PLR dos bancários é absurdamente maior do que a nossa”, desabafa.
O Santander lucrou R$ 5,3 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2016, resultado 6,5% maior do que no mesmo período do ano passado.
Redação Spbancarios






