Afubesp luta por reajuste maior para bancários, que também beneficiará aposentados
Nesta quarta-feira, dia 6, a pressão e truculência dos seguranças do Santander não conseguiram neutralizar o movimento de greve realizado no Casa 3, em Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, que teve a participação de dirigentes da Afubesp e do Sindicato dos Bancários da capital.
Interdito proibitório, presença da Polícia Militar e atitudes violentas dos seguranças, que arrancaram faixas e tentaram retirar os equipamentos do local, não amedrontaram os bancários que permaneceram do lado de fora do centro administrativo.
“Não é de forma violenta que conseguiremos resolver conflitos”, disse o presidente da Afubesp, Paulo Salvador, ao microfone. “É na mesa de negociação que resolvemos a questão, não é preciso usar violência.”
Este foi o oitavo dia de greve dos bancários e o segundo dia consecutivo no Casa 3 que os funcionários resistem à pressão promovida pela direção do banco.
Aposentados
A Afubesp está participando do movimento de greve visando melhorias salarias e outros direitos para o pessoal da ativa, mas também para os aposentados. Isto porque os as conquistas a serem obtidas com a luta dos trabalhadores deverão beneficiar também os cerca de 12 mil banespianos aposentados – assistidos do Plano II ou não-optantes da Cláusula 44 – que têm direito ao reajuste superior ao INPC (4,29%) a ser conquistado pela categoria.
Balanço do 8º dia de greve
De acordo com levantamento feito pela Contraf, 7.723 agências ficaram paradas nos 26 Estados e no Distrito Federal – um acréscimo de 286 em relação a ontem e praticamente dobrando (99,7%) desde o primeiro dia (3.864), o que representa que essa já é a maior greve da categoria nas últimas duas décadas.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não respondeu à carta enviada na segunda-feira 5 pelo Comando Nacional dos Bancários, em que critica a adoção de práticas antissindicais por parte das instituições financeiras e reafirma a “disposição em negociar, para que possamos continuar buscando um acordo que atenda à expectativa dos bancários”.
Apoio internacional
Em nome dos bancários brasileiros, a Contraf-CUT recebeu a solidariedade da UNI Américas, integrante da UNI Sindicato Global, que representa os trabalhadores dos setores de serviços das Américas do Sul, Central e do Norte. A entidade também enviou ofício ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, propondo a retomada das negociações com o Comando Nacional dos Bancários.
“Reforçamos o apoio internacional aos trabalhadores bancários no Brasil e defendemos a necessidade de retomar as negociações com os sindicatos, já que notoriamente os bancos brasileiros apresentam condições extremamente favoráveis para contribuir para o desenvolvimento social e econômico do Brasil através da valorização dos seus funcionários”, afirma o documento da UNI Américas.
Érika Soares – Afubesp