Diretores da Afubesp e Sindicato reúnem-se com direção do Santander na Espanha
Durante encontro, dirigentes defenderam questões dos banespianos, como serviço passado do Plano II e direitos dos pré-75
São Paulo – Uma comitiva de dirigentes sindicais da Argentina, Chile, Colômbia, Espanha e Brasil esteve na Cidade Financeira Santander, em Boadilla del Monte, município ao lado de Madri, para uma reunião com a diretoria do banco espanhol.
O encontro ocorreu nesta quarta-feira 26 e fez parte da programação do 3º Encontro de Sindicatos de Empresas Transnacionais espanholas que acontece desde segunda 24 em Madri e termina nesta sexta 28.
Na Espanha, Sindicato defende acordo marco
Na ocasião foi entregue uma carta assinada pelos representantes dos trabalhadores ao diretor de RH-Sindical, Juan Gorostide, na qual dirigentes da América Latina elencaram os principais problemas enfrentados em cada um dos seus países e cobraram comprometimento por metas responsáveis e venda realista de produtos, a exemplo do compromisso firmado pelo Santander com o Comitê de Empresas Europeu.
O secretário de imprensa da Contraf-CUT e diretor da Afubesp, Ademir Wiederkehr, reforçou a necessidade de um acordo marco global enquanto Rita Berlofa, secretária de Finanças do Sindicato e vice – presidente da Afubesp, lembrou que ao mesmo tempo em que a economia brasileira vai bem e “os resultados do Santander no país caminham melhor ainda, mais de mil postos de trabalho foram reduzidos no primeiro semestre e há um alto número de bancários que pedem demissão por não aguentarem as más condições de trabalho”.
A dirigente chamou atenção, ainda, para o desrespeito cometido nos países latino-americanos ao próprio código de conduta do Santander. “No Brasil há uma gestão maléfica praticada pela instituição onde são impostas metas inalcançáveis, que geram pressão violenta para que sejam cumpridas. Isso propicia práticas de assédio moral e, por consequência, adoecimento dos trabalhadores”. Foi cobrada também solução para o déficit do Plano 2 do Banesprev e a dívida com os aposentados pré-75.
‘Exagero’ – O diretor do Santander na Espanha considerou “exagerada” a informação sobre os adoecimentos dos bancários por conta da gestão com metas abusivas e disse ainda que não poderia ter um acordo global por desconhecer casos semelhantes entre as instituições financeiras e pelas diferenças culturais e de legislação entre os países onde atua o conglomerado financeiro. “Como exemplo citei o Banco do Brasil, que já tem um acordo global. Disse também que poderia encaminhar os relatórios estatísticos que comprovam o adoecimento dos trabalhadores bancários”, explicou Rita Berlofa.
A dirigente considerou importante o encontro, por seu pioneirismo – foi a primeira vez o banco recebeu uma comitiva de dirigentes da América Latina – e lamentou que pendências, como as dos aposentados e pensionistas pré-75, gerem uma série de disputas judiciais e até mesmo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Federal. “O banco deveria resolver os conflitos com os trabalhadores na mesa de negociações e não nos tribunais.”
Fonte: Seeb – SP