Bancários realizam dia de luta contra fechamento de agências do Santander

Bancários do Santander de todo o país realizaram um Dia Nacional de Luta em agências e nas redes sociais para cobrar da direção do banco mais agências, mais contratações, mais segurança e mais respeito para trabalhadores e clientes. Em São Paulo, as atividades se concentraram nos extremos das zonas leste e sul da capital, que sofrem com escassez de unidades bancárias e com a superlotação nas poucas remanescentes.
Durante o protesto realizado nesta terça-feira 6, dirigentes dialogaram com clientes e funcionários do Santander, e distribuíram material impresso denunciando os problemas e explicando as reivindicações dos trabalhadores e do movimento sindical. Também foram recolhidas centenas de assinaturas de clientes insatisfeitos com a demora no atendimento causado pelo número insuficiente de bancários e de agências. Elas serão encaminhadas à direção do banco a fim de reforçar a cobrança pela soluções destes problemas.
Com o objetivo de reduzir custos e aumentar os lucros, a direção do Santander está ampliado as fusões nas agências e reduzindo o atendimento os trabalhadores. O movimento está causando sobrecarga para os bancários, e aumento de filas e mais tempo de espera para os clientes.
O Santander tinha 1.123 clientes por bancário no primeiro trimestre de 2022. Esta relação saltou 11,2% em 12 meses, quando o banco passou a ter 1.150 clientes por bancário. A mesma instituição financeira arrecadou R$ 4,7 bilhões em tarifas e pacotes de serviços só nos últimos 12 meses encerrados em março. O valor cobre em mais de 170% a folha de pagamento do banco.
A direção do Santander também está fechando centenas de agências. Só em 2022, foram encerradas 286 unidades e 118 Postos de Atendimento Bancário. Com isso, o banco pretende empurrar a população para o atendimento digital e automatizado.
“Mas a direção do banco se esquece que nem toda a população tem familiaridade com as tecnologias digitais ou recursos para este tipo de atendimento. Além disso, eles não resolvem todos os problemas. Tudo isto faz com que o atendimento presencial seja muito requisitado. Isto se torna óbvio ao constatarmos as agências lotadas e com tempo de atendimento que ultrapassa duas horas”, enfatiza Wanessa de Queiroz, dirigente da Afubesp e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander.
Mais segurança
Outro motivo do Dia Nacional de Luta foi a falta de vigilantes e de dispositivos de segurança no novo modelo de agência adotado pelo Santander, o que tem causado muita insegurança e episódios de violência. Uma das agências onde ocorreu o protesto desta terça-feira 6, em São Paulo, foi alvo de um assalto na semana anterior.
“O banco alega que essas unidades não movimentam dinheiro, mas os bandidos ignoram essa justificativa, que nem é verdade, porque todas elas têm caixas eletrônicos, com dinheiro em seu interior. E além disso, existem novas modalidade de crime que dispensam numerário. Atualmente até padaria e farmácia têm vigilantes”, ressalta Wanessa.
“O Santander é um banco e, como tal, é uma concessão pública. Por isso tem o dever de prestar um serviço adequado no país responsável por quase 20% do seu lucro. Os trabalhadores e clientes brasileiros exigem mais respeito, mais agências e mais segurança. E os protestos continuarão até que a direção brasileira do banco espanhol atenda essas reivindicações”, acrescenta a dirigente.
Protestos nas redes sociais
Os protestos também tomaram as redes sociais na tarde desta quinta-feira, com a hashtag #SeLigaSantander
O Santander fecha agências e reduz bancários nas que ainda funcionam. Com apenas 4 funcionários, sem caixas, a sobrecarga é evidente. Metas altas e pressões pesadas afetam a qualidade do atendimento. É hora de se ligar, Santander! #SeLigaSantander #AtendimentoBancário pic.twitter.com/h67UpKIcX5
— Maria Rosani (@mrosanigh) June 6, 2023
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região