10 de outubro: dia de fazer um alerta pela saúde mental

Um dos problemas de saúde mais recorrentes nos dias atuais são a depressão e a ansiedade, que podem ser desencadeadas pela pressão ao cumprimento de metas, a competitividade e o uso massivo de novas tecnologias, por exemplo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são mais de 260 milhões de pessoas com ansiedade no mundo, sendo que 9,3% delas estão no Brasil. Este número indica que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como os citados acima.
O assunto é importante a todo momento, mas nesta quinta, 10 de outubro, ele ganha força, pois é a data instituída pela Federação Mundial de Saúde Mental, como o Dia Internacional da Saúde Mental. No mundo do trabalho, o esgotamento vital ou emocional causado pelo acúmulo de situações emocionais negativas e agravado pela falta de apoio dos superiores e dos colegas pode levar a várias perturbações mentais e psicossomáticas, além da perda de confiança, da motivação para o trabalho e da autoestima.
À esse conjunto de sintomas é dado o nome de Síndrome de Burnout, uma resposta prolongada aos estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho, com interação entre trabalhador e cliente, intensa e ou prolongada. Segundo o médico argentino Mario Enrique Giulietti, especialista em neurologia, psiquiatria e em saúde pública, durante congresso realizado em julho deste ano, no Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, 80% dos casos de depressão e ansiedade tem origem na atividade laboral. Ele também esclarece que a síndrome aparece após um tempo de exposição aos fatores causadores de estresse, de maneira crônica.
“É importante ficar atento aos sinais de natureza emocional e a outros sintomas que podem indicar o desenvolvimento da doença”, alerta o médico. Ansiedade, tédio, apatia e fadiga emocional, que podem ser seguidos de distúrbios do sono, dores musculares, problemas gástricos, fadiga física, irritabilidade, isolamento e depressão, são alguns deles.
Já a fase de consolidação da síndrome pode ser marcada pela sensação de esgotamento físico e emocional, atitudes negativas, ausência no trabalho, agressividade e isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade constante, dificuldade de concentração, lapsos de memória, depressão, pessimismo e baixa autoestima – sintomas que ainda podem se agravar aumentando o risco de cardiopatias, crises de pânico, diabetes e doenças autoimunes, levando a um esgotamento total da pessoa.
No Santander, este é o quadro emocional de muitos bancários, tanto que decisão da Justiça recente condenou o banco a pagar indenização de R$ 274 milhões por dano moral coletivo, por ter submetido os trabalhadores a metas abusivas de produção que aumentaram o índice de adoecimento mental ocupacional. E os números confirmam: dos 6.763 bancários que receberam auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de 2012 a 2016, 26,38% ou 1.784 são ou foram empregados do Santander.
Saiba mais
O que é depressão
De acordo com o Ministério da Saúde, a depressão é caracterizada por sintomas como: tristeza profunda, falta de ânimo, pessimismo e baixa autoestima. O transtorno ainda pode “tirar” o prazer de atividades que antes eram prazerosas, provocar oscilações de humor e levar a pensamentos suicidas. Fisicamente, a pessoa pode sentir dor de cabeça incessante, insônia frequente e perda de apetite, por exemplo.
O que é transtorno de ansiedade
Já o transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações ou medos exagerados — o que impede a pessoa de relaxar — e sensação constante de que algo ruim vai acontecer. O problema também traz muitas manifestações físicas, incluindo sudorese, palpitação, insônia, tremores, boca seca, dor de cabeça e tonturas, por exemplo.
Afubesp com informações do Sindibancários Espírito Santo
Foto: Pixabay