Quando o silêncio pesa: os males da solidão no envelhecer e a importância do afeto

A solidão das pessoas idosas está longe de ser apenas uma sensação natural da idade ou uma fase — é uma condição que afeta diretamente a saúde emocional, física e cognitiva, segundo estudos. Já os vínculos significativos, cada vez mais raros por diversas razões, acalmam, oferecem segurança e são protetores naturais contra o sofrimento emocional.
A desconexão social, por outro lado, acelera o declínio e abre espaço para doenças sérias. Dados do Ministério da Saúde revelam que cerca de 30% das pessoas com mais de 65 anos têm algum grau de comprometimento funcional, muitas vezes relacionado à inatividade e ao afastamento social. Já a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aponta que a solidão crônica pode aumentar em até 50% o risco de demência.
Reclusas e muitas vezes longe do convívio familiar, as pessoas idosas caem em uma espiral perigosa: quem antes mantinha uma rotina ativa, vai ficando limitado pouco a pouco aos cômodos da casa, com poucos desafios, pouca movimentação e quase nenhum estímulo cerebral – o que é chamado de “hibernação funcional”. É justamente nessa fase de afastamento da vida social que ocorre a perda de mobilidade e de autonomia.
Quando se dão conta, não conseguem ao menos sair na calçada da própria casa, seja porque já estão fracas ou desmotivadas demais para socializar.
Volta por cima
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o envelhecimento ativo com incentivos mentais e físicos está diretamente ligado a uma vida mais saudável.
É nesse contexto que o programa Qualidade de Vida da Afubesp cumpre um papel fundamental há 19 anos: o de promover mensalmente encontros, atividades culturais e viagens voltadas à socialização dos colegas. Mais valioso que isso, o programa oferece um espaço de trocas, acolhimento e pertencimento. É uma resposta concreta da associação frente à crise dos vínculos afetivos, além de trazer os sócios para os assuntos internos e de interesse da comunidade, como a luta por mais respeito do Santander com o patrimônio dos banespianos.
Na era da frieza digital, é preciso resgatar a importância da presença real e do cuidado mútuo. Prezar pela saúde dos idosos também é garantir que não estejam sozinhos e que tampouco sofram violência. A Afubesp segue fazendo disso seu compromisso.
Letícia Cruz – Afubesp