Para bancos, salários e piso do bancário não podem crescer
Fenaban marcou rodada dia 20 para apresentar proposta total. Se quiser respeitar mesa de negociação tem de ter aumento real de salário, PLR maior, valorização do piso e melhores condições de trabalho
Os bancos estão entre os setores que mais cresceram no último ano. Foram R$ 26,5 bilhões de lucro líquido apenas nos primeiros seis meses do ano para as sete maiores instituições financeiras do país (Banco do Brasil, Caixa Federal, Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, HSBC e Safra). O valor representa crescimento de 19,98% em relação a igual período de 2010.
A riqueza do subsetor também cresceu e bateu a casa dos 4,5% comparando o segundo trimestre de 2011 com mesmo período de 2010. Se analisado o último ano (ou últimos quatro trimestres), o número sobe para 8,4%, perdendo em crescimento somente para extração mineral (dados do IBGE). O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi de pouco mais de 6%.
“Os negociadores do setor que mais ganha, que mais acumula riqueza afirmaram que os bancários já estão há sete anos com aumento real e tiveram reajuste ‘extraordinário’ do piso no ano passado. O recado foi de que não devemos esperar nada parecido para este ano”, relata Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato, sobre o resultado da negociação realizada nessa segunda-feira 12, que debateu as reivindicações de remuneração dos bancários. “Além de não apresentar proposta pra nada, alegam que o salário do bancário cresceu demais. Isso é inaceitável diante dos ganhos dos bancos.”
Essa foi a terceira rodada entre o Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) e aconteceu exatamente um mês após a entrega da pauta, em 12 de agosto. Nas outras duas reuniões foram debatidas reivindicações de emprego, além de saúde e condições de trabalho. Em todas, a resposta da Fenaban para as propostas dos bancários foi “não”. E de acordo com o negociador dos banqueiros, Magnus Apostólico, esse ano, a solução não passa por cláusula econômica. “Se em todas as rodadas disseram não, fica clara a má vontade da Fenaban em negociar”, destaca Juvandia.
Rodada e plenária – A federação dos bancos marcou nova rodada para apresentar proposta total, na terça-feira 20. “Reafirmamos nossas reivindicações e se os bancos quiserem realmente resolver a campanha via negociação, no dia 20 têm de apresentar proposta que aumente os ganhos dos bancários e melhore as condições de trabalho”, afirma a dirigente.
Nesta quinta 15, os bancários reúnem-se em plenárias nas regionais do Sindicato.
“O Comando Nacional dos Bancários, a exemplo de outros anos, leva as rodadas de negociação a sério. Trouxemos para a mesa as reivindicações definidas por trabalhadores da categoria em todo o Brasil. Os representantes dos bancos, no entanto, parecem que vêm com o discurso do ‘não’ decorado”, critica Juvandia. “Os banqueiros sabem que sem melhoria nas condições de trabalho, aumento real de salários, PLR maior e valorização do piso, a campanha não se resolve. Se não tiverem proposta nesse sentido na rodada que marcaram para o dia 20, estaremos mobilizados. Os bancários devem participar das plenárias no dia 15 para se organizar”, completa a presidenta do Sindicato.
Seeb SP






