Comando Nacional negocia remuneração com Fenaban nesta segunda
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, volta a negociar com a Fenaban nesta segunda-feira (12), em São Paulo. Na terceira rodada de negociações da Campanha Nacional 2011, serão discutidos os pontos da pauta de reivindicações que tratam da remuneração, na luta por emprego decente. Nas reuniões anteriores foram debatidas as propostas dos bancários sobre emprego, saúde, condições de trabalho e segurança.
Entre os pontos prioritários para os bancários estão reajuste salarial de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%), PLR de três salários mais R$ 4.500, piso do Dieese (R$ 2.297,51 em junho).
Outra demanda é a valorização do vale-refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação, no valor do salário mínimo, hoje em R$ 545.
Bancários querem distribuição de renda
Em seminário promovido pela própria Fenaban no início de julho sobre Sistemas de Remuneração e Carreira, empresas de consultoria reconheceram que o Brasil é um dos países onde existe a maior amplitude entre os mais baixos e mais altos salários dentro de uma companhia.
“Os lucros dos bancos continuam batendo recordes e a produtividade das instituições financeiras é cada vez maior. Altos executivos ganham até 400 vezes mais do que o piso do bancário. A luta por remuneração digna e distribuição da riqueza é um dos pilares da luta pelo emprego decente”, diz Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.
Entre 2001 e 2010, o lucro líquido dos seis maiores bancos que operam no país (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander, HSBC) triplicou. Há sete anos, eles lucraram juntos R$ 15,80 bilhões (já deflacionado). Só no ano passado, o lucro dessas mesmas instituições financeiras alcançou R$ 47,35 bilhões.
A única coisa que aumenta nessa mesma proporção é a remuneração dos membros das diretorias e conselhos de administração dos bancos. Em 2010, por exemplo, os diretores e conselheiros do Santander embolsaram cada um, em média, R$ 381 mil por mês; os do Bradesco, R$ 380 mil; e os do Itaú Unibanco, R$ 486,6 mil (diretores) e R$ 85,4 mil (conselheiros).
“A lucratividade estrondosa dos bancos e a generosa distribuição de bônus para os altos executivos, em contraste com os salários dos trabalhadores, ajudam a explicar a brutal concentração da renda no Brasil, que está entre os dez países mais desiguais no planeta”, completa o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro.
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