Bancos ampliam lucros sem resolver problemas
Instituições financeiras têm condições de contratar mais e acabar com a precarização a que estão submetidos seus funcionários
Os balanços do Itaú, Bradesco e do Grupo Santander Banespa divulgados durante esta semana demonstram que as instituições financeiras têm condições de contratar mais e acabar com a precarização a que estão submetidos seus funcionários. Os números mostram que mais investimentos dirigidos à área de recursos humanos poderiam acabar com as filas, melhorar o atendimento à população e minimizar o sufoco dos bancários, que na maioria dos casos, acumulam funções para cumprir as metas estabelecidas pelos bancos.
Somente o Itaú lucrou R$ 1,141 bilhão no primeiro trimestre deste ano. O resultado foi 30% superior ao mesmo período do ano passado. Com tamanha lucratividade, a Participação nos Lucros para os funcionários deve ser ampliada. Dois salários representam pouco, frente aos resultados obtidos pelo Itaú. O Sindicato dos Bancários de São Paulo trava ainda um debate intenso com o banco para alterar radicalmente o programa Agir, que exige metas absurdas e não dá retorno. Outro problema grave do Itaú é o programa Quanto Custa. Desde que os bancários começaram a contribuir com a redução das despesas, ainda não obtiveram qualquer retorno.
No Bradesco, os lucros dos primeiros três meses do ano, da ordem de R$ 1,205 bilhão, superam até mesmo os do Itaú. No entanto, o trabalho está precarizado e faltam funcionários. No mesmo período foram demitidos cerca de 300 bancários na base do Sindicato. Com um resultado destes, de fazer inveja a qualquer instituição, o Bradesco deveria mudar sua política de desrespeito a funcionários e clientes. “Por trás desse lucro, há o trabalho exaustivo de funcionários. E com ele vem o abuso do banco, já que recebemos cada vez mais denúncias de assédio moral”, diz a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira.
No Grupo Santander Banespa os ganhos se mantêm, assim como os problemas. O Brasil foi responsável por 11,4% ou 134,9 milhões de euros, do total obtido pelo Grupo no mundo: 1,185 bilhão de euros. Apesar dos bons resultados, as contratações irregulares, o desrespeito à jornada de trabalho e o acúmulo de função se tornaram práticas, equivocadas, já incorporadas ao dia-a-dia. Para cobrar a melhoria das condições de trabalho nas agências, diretores do Sindicato e Afubesp estão circulando nos locais de trabalho até sexta, dia 13, com um abaixo-assinado solicitando mais contratações.
fonte: Seeb SP






