Audiências nas Câmaras de Embu das Artes e Pirapora expõem violações do Santander contra funcionários e clientes
Duas audiências públicas realizadas na última sexta-feira (5), em Embu das Artes, e nesta terça-feira (9), em Pirapora do Bom Jesus, denunciaram novamente o desmonte promovido pelo Santander, que inclui o fechamento de agências, o desatendimento à população e os ataques aos direitos dos aposentados do Banespa, além da fraude trabalhista praticada pelo banco em todo o país.
A Afubesp foi representada, respectivamente, pela diretora Vera Marchioni e pelo secretário-geral Mario Raia, além de dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e de membros da COE Santander.
O município, com quase 260 mil habitantes, conta hoje com apenas uma unidade do banco. É grave. Na prática, a população fica desassistida de serviços bancários essenciais e é obrigada a se
deslocar quilômetros até cidades vizinhas para acessar atendimento presencial.
O Dieese expôs a contradição entre o lucro crescente do Santander, a redução de custo com pessoal e o fechamento acelerado de unidades físicas. Entre 2019 e 2024 foram encerradas 301 agências no país (média de uma por semana) aprofundando o desamparo aos clientes, sobretudo idosos e pessoas com dificuldade no uso de canais digitais.
As mudanças impactam diretamente os aposentados. Durante sua intervenção, Vera Marchioni destacou que, apesar do lucro bilionário obtido no Brasil — segunda maior fatia mundial do grupo — o Santander segue empenhado em reduzir direitos históricos dos aposentados.
“Mesmo com resultados extraordinários, o Santander ataca sistematicamente direitos de quem dedicou a vida ao banco. Quer retirar seu compromisso com o custeio dos planos (como o Banesprev, fundo de pensão dos banespianos), mesmo sendo responsável por metade das despesas. É inaceitável”, denunciou.
A diretora e coordenadora da COE Santander, Wanessa de Queiroz, reforçou que o altíssimo lucro do Santander no Brasil não resulta em nenhum benefício ao país, à população, aos trabalhadores ou aos clientes. “Houve um crescimento de 256% da carteira de clientes, o que gera uma sobrecarga desumana aos nossos colegas, isso tem agravado os números de adoecimento, o que, por sua vez, impacta a Previdência Social”, destacou. Quem ganha com isso são, como sempre, os altos executivos.
Uriel Biazin (PT), o anfitrião da audiência do dia 5, destacou que o Santander foi convidado para que, como parte citada, tivesse a oportunidade de se pronunciar sobre o tema, mas que o banco não havia mandado nenhum representante. Esse desdém não é novidade, vez que o Santander se evade de qualquer debate que seja benéfico aos trabalhadores.
Na luta, desde sempre
E
m Pirapora do Bom Jesus, que contou com a presença de um grupo expressivo de banespianos, Mario Raia falou sobre o fechamento das agências pioneiras, aquelas erguidas pelo Banespa e fechadas ao longo dos anos pelo Santander. “Na Afubesp fizemos essa luta contra o desmonte há muito tempo, e fomos vitoriosos porque mantivemos nosso fundo de pensão e plano de saúde, quando outros colegas como no caso do Banerj, não conseguiram”, lembrou.
Em retrospecto, ele lembrou que foi a partir de 2017 quando o Santander começa a mostrar as garras apoiado no cenário político desfavorável aos trabalhadores, segundo Mario. Desde então, o banco espanhol tenta mudar Estatuto do Banesprev e desrespeitar o da Cabesp à revelia da vontade soberana das assembleias de participantes, o qual foi extinto no caso do fundo de pensão.
“Mesmo assim, seguimos resistindo em defesa das joias dos banespianos junto com os sindicatos, e essa é uma luta que travamos com vocês. Contem sempre conosco”, ressaltou.
A primeira audiência que denunciou esses problemas ocorreu na Assembleia Legislativa, em junho, por iniciativa do deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT). Leia mais clicando aqui.
Letícia Cruz – Afubesp (com informações SP Bancários)
Fotos: Luan Silva







