Denúncia: Santander demite trabalhadores com deficiência e expõe farsa do discurso por diversidade

O Santander está promovendo a demissão de funcionários com deficiência, prática que gera medo entre os colegas que permanecem no banco e que temem ser os próximos alvos. A atitude escancara o capacitismo e a falta de compromisso da instituição com a diversidade que tanto propaga em discursos de marketing, mas desmente na vida real.
Ana (nome fictício), uma das bancárias demitidas, desabafa: “Não deram oportunidade profissional e não valorizavam nosso trabalho. Além disso, a gerência nos trata com total capacitismo.” O relato expõe a dura realidade de quem, mesmo cumprindo metas e mostrando dedicação, nunca encontra espaço para crescimento ou reconhecimento.
A indignação é ainda maior porque as demissões ocorrem justamente no mês dedicado à luta da pessoa com deficiência. “É uma tristeza imensurável. Sofrem capacitismo todos os dias e ainda enfrentam desigualdade e exclusão dentro da instituição onde trabalham. Como no caso do Santander, não têm oportunidade de ascensão e nenhum reconhecimento”, protesta Maria Cleide Queiroz, diretora da Afubesp e coordenadora do Coletivo da Pessoa com Deficiência do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Questionado, o banco tentou justificar as dispensas com argumentos de “produtividade”. Mas, na prática, o que se vê é uma postura contraditória: enquanto declara compromisso com a inclusão, demite empregados PCDs em diversos estados sem sequer dialogar com o movimento sindical. “É lamentável. É incoerência e desrespeito”, critica Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander).
O Sindicato orienta trabalhadores demitidos, ou quem souber de casos semelhantes, a procurar imediatamente a entidade para buscar a readmissão com base na Lei de Cotas (Lei Federal 8.213/91), que obriga empresas a reservar de 2% a 5% das vagas a pessoas com deficiência, de acordo com o número de empregados.
Para o dirigente Andre Camorozano, a situação revela a face mais cruel da gestão: “É um absurdo que um banco que lucra bilhões ao ano promova práticas tão perversas como terceirização, precarização do trabalho e, agora, demissões de pessoas com deficiência.”
Maria Cleide reforça: “Pessoas com deficiência não querem privilégios. Querem igualdade. Querem respeito, oportunidades e o fim da discriminação.”
Afubesp, com informações SP Bancários