Zero Hora observa tempo de espera nas filas dos bancos
Passados dez dias da publicação no Diário Oficial de Porto Alegre da nova lei do tempo máximo de espera nas filas dos bancos, seis repórteres do jornal “Zero Hora” verificaram na segunda-feira, dia 19, após as 10h, se a legislação está sendo respeitada. Conforme reportagem de página inteira veiculada nesta terça-feira, dia 20, a fila na agência Praça da Alfândega, da Caixa Econômica Federal, levou 32 minutos, excedendo o prazo em 17 minutos.
A agência da Rua Uruguai, do Banco do Brasil, que extrapolou o tempo em apenas dois minutos. Ainda foram averiguados estabelecimentos do Banrisul, Bradesco, Santander Banespa e Itaú, todos no centro da capital, porém com filas dentro do prazo de até 15 minutos.
A Lei Municipal nº 9.992 , de 06.06.2006, é de autoria do vereador licenciado e atual secretário municipal de Esportes, Márcio Bins Ely (PDT), e foi sancionada pelo prefeito José Fogaça após audiência com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários). Ela reduz para até 15 minutos o tempo máximo de espera em dias normais e até 20 minutos em vésperas e após feriados prolongados, bem como em dias de pagamento de funcionários públicos federais, estaduais e municipais.
Para o cumprimnto da lei, o SindBancários defende a contratação de mais funcionários para trabalhar nos caixas. A falta de pessoal é a causa para as filas intermináveis nas agências e postos de atendimento bancário. Com os seus lucros acumulados, os bancos não têm motivos para continuar deixando clientes enfurecidos nas filas.
Veja a íntegra da matéria de Zero Hora:
Bancos
Filas contra o relógio
ZH confere se tempo de espera por atendimento é respeitado na Capital
Uma espera máxima de 15 minutos é o que promete a lei municipal que regulamenta o tempo das filas nas agências bancárias de Porto Alegre. Em vigor desde 9 de junho, a nova regra já está sendo seguida por instituições financeiras, embora algumas ainda ultrapassem o limite, conforme mostra o teste realizado por Zero Hora ontem, dia de movimento normal.
Logo após a abertura das portas, às 10h, seis repórteres entraram nas principais agências dos cinco maiores bancos do país e do Banrisul, em Porto Alegre, e permaneceram na fila como clientes comuns. Houve quem esperasse apenas quatro minutos pelo atendimento, enquanto em uma das agências a espera na fila foi de mais de meia hora.
A lei em vigor na Capital admite uma exceção em vésperas ou depois de feriados, além de dias de pagamento de funcionários públicos, quando o tempo máximo de espera sobe para 20 minutos.
Caixa Econômica Federal, agência Central
Tempo de espera: 32 minutos
O tempo de espera superou em 17 minutos o limite estipulado por lei. Dos 10 guichês existentes para atendimento ao público no subsolo da agência, apenas quatro estavam abertos entre 10h22min e 10h54min. Pouco depois das 10h30min, mais dois funcionários passaram a atender os clientes. Entretanto, um deles, após receber duas pessoas, colocou a placa “dirija-se ao lado” e suspendeu o serviço.
Durante os 32 minutos na fila, 38 pessoas foram atendidas. Ao chegar, o cliente ganha uma senha e procura um assento vago para aguardar. No local há 54 cadeiras disponíveis. Devido ao constante rodízio de clientes, em nenhum momento houve falta de lugares.
Contraponto
O que diz o banco:
A Caixa Econômica Federal cumprirá a norma recém-editada, valendo-se do direito de avaliar a eventual ocorrência de excesso legislativo ou de fiscalização, defendendo interesses que possam ser prejudicados. Esclarece, que há muito vem cumprindo as diretrizes do Código de Defesa do Consumidor, direcionando todos os esforços para a melhoria da qualidade de atendimento à população
Bradesco, agência Centro
Tempo de espera: sete minutos
Entre as 10h e as 11h, os operadores de quatro guichês – de um total de cinco – atenderam em torno de cem clientes. Três deles prestam serviços ao público, e outro fica reservado a idosos, gestantes e portadores de deficiência. No caixa, o tempo médio de serviço foi de cinco minutos.
Contraponto
O que diz Sílvio Américo Silveira, gerente administrativo da agência Centro do Bradesco:
O banco faz um treinamento com os pré-atendentes e os caixas para que a demanda seja organizada. Na entrada, um pré-atendente procura saber qual serviço o cliente fará para agilizar o atendimento. Entre os dias 1º e 10, além dos guichês, coloca mais um pré-atendente.
Santander Banespa, agência Alberto Bins
Tempo de espera: quatro minutos
Com dois caixas no andar superior, um deles foi suficiente para atender os clientes que se encontravam no local. No térreo, onde se localizam os caixas de auto-atendimento, não havia nenhum usuário.
Contraponto
O que diz o banco:
O banco Santander Banespa não quis se manifestar sobre o assunto.
Itaú, agência Praça da Alfândega
Tempo de espera: nove minutos
Não havia grande movimento na agência. Dos seis caixas, apenas dois estavam funcionando, o que não comprometeu o atendimento. Durante os nove minutos na fila, sete pessoas foram atendidas.
Contraponto
O que diz Francisco Calazans, ouvidor-geral do Itaú:
O Itaú investe em um programa contínuo de estímulo à iniciativa e ao bom senso no atendimento aos clientes, chamado Atendimento Estrela, que cria soluções que aprimoram processos, evitam a repetição de problemas e buscam a constante melhoria nas relações com os clientes.
Banco do Brasil, agência Uruguai
Tempo de espera: 17 minutos
O tempo de espera foi de dois minutos a mais do que permite a lei. A agência tem seis guichês, mas às 10h20min apenas um atendia o público. Outros dois estavam abertos para idosos, gestantes e portadores de deficiência e para operações de câmbio. Nestes, os clientes aguardavam sentados, e a chamada era feita por senhas. Às 10h30min oito pessoas ainda estavam na fila, e um segundo caixa foi aberto.
Contraponto
O que diz o banco:
Adota a mesma posição da associação dos bancos, que considera a lei absurda e vai contestá-la em juízo.
Banrisul, agência Matriz
fonte: SindBancários, com informações de Zero Hora