Vereadores de São Paulo querem melhorar Lei das Filas para gerar emprego
Mesmo com tempo máximo para atendimento estabelecido por lei, na cidade de São Paulo, os clientes bancários continuam sendo tratados com descaso pelas instituições financeiras, ao ser submetidos às longas filas de espera nas agências. Uma emenda à Lei 13.948, a popular Lei das Filas, que tramita na Câmara Municipal de São Paulo, prevê número mínimo de trabalhadores em relação à quantidade de caixas nos estabelecimentos bancários.
A emenda de autoria dos vereadores Rubens Calvo (PT) e Arselino Tatto (PT), conta com o apoio do Sindicato dos Bancários de SP. A entidade sempre apontou que a melhora no atendimento aos clientes depende de o banco manter uma quantidade de funcionários suficiente para receber o crescente número de usuários.
Dados da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) revelam que entre 1994 e 2004, o número de empregados por agência caiu de 33 para 23. Em contrapartida, aumentou o número de contas correntes. Com isso o bancário que era responsável por 67 contas correntes em 1993 passou a ter que dar conta de 184, em 2004.
“A Lei dos 15 minutos isolada não resolve, não garante um atendimento de qualidade. Os clientes continuam nas filas e os bancários, cada dia mais pressionados para dar conta do serviço e evitar que sua agência seja multada,” revela o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Projeto – A emenda à lei das filas prevê um número de cinco empregados na função de caixa por estabelecimento bancário, além do acréscimo de um empregado na mesma atividade a cada 500 clientes ou contas-correntes e poupanças existentes e que a quantidade de caixas eletrônicos não pode superar o dobro do número de “caixas humanos”.
A proposta indica também a ampliação dos canais de acesso da população para denunciar o descumprimento da Lei dos 15 minutos. Além da prefeitura, as reclamações poderiam ser encaminhadas ao Banco Central e ao Procon, por meio de discagem direta gratuita a ser mantida pelas instituições financiarias, em local de fácil visualização fixados em cada estabelecimento.
O autor da emenda, vereador Rubens Calvo, informa que o objetivo é aprimorar e humanizar o atendimento. “Nós (clientes) não queremos máquina falando com a gente”, disse o parlamentar. Ele questiona a Febraban, que investiu mais de R$ 3 bilhões em informatização em cinco anos e nem por isso houve melhora no atendimento. “Na prática não vimos que esse investimento criou emprego, caixas suficientes, para sermos bem atendidos”, completa.
Para o vereador, melhorar o atendimento, com a ampliação do número de caixas, pode trazer mais clientes, gerar lucro e aumentar empregos, mantendo um ciclo virtuoso.
Mobilização – No próximo dia 15 de maio, às 15h, será promovido um ato, na Câmara Municipal de São Paulo, em favor da aprovação da emenda. “A elevação do número de bancários na função de caixa irá proporcionar um melhor atendimento e condições dignas de trabalho à categoria, por isso é fundamental que a população junte-se aos bancários e pressione os vereadores a aprovarem a emenda”, afirma Marcolino.
fonte: Seeb SP