Velloso, algoz da privatização do Banespa, deixa STF
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Velloso, deixou ontem, dia 19, o serviço público após 51 anos. Ele se aposentou compulsoriamente aos 70 anos de idade e deixa vaga uma das 11 cadeiras do STF, a ser preenchida por um nome indicado pelo presidente Lula.
O candidato do Planalto será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça e a indicação deverá ser aprovada pelo Senado. O sucessor de Velloso na presidência do TSE será o vice-presidente do tribunal, Gilmar Mendes, conforme tradição da Casa.
Velloso, o juiz federal mais antigo do país em atividade – são 39 anos de magistratura -, nasceu em Entre Rios de Minas (MG), é casado e tem quatro filhos.
Os funcionários e aposentados do Banespa não se esquecerão tão cedo de Velloso. “Ele foi o algoz da privatização do banco, ocorrida em 20 de novembro de 2000, quando exercia o cargo de presidente do STF”, lembra com tristeza o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Federação dos Bancários do RS e Afubesp, Ademir Wiederkehr.
“O governo FHC, diante das sucessivas vitórias dos bancários nos tribunais contra a continuidade do processo de entrega do Banespa, tinha baixado uma medida provisória, a chamada MP do Banespa, remetendo qualquer recurso para cassar uma decisão judicial para a apreciação direta do presidente do STF”, recorda o dirigente sindical.
“Ocorre que havia uma liminar que impedia a realização do leilão, marcado para as 10 horas de uma segunda-feira. Submisso aos entreguistas do banco, Velloso fez plantão no fim de semana, recebendo no sábado à tarde o recurso da Advocacia-Geral da União, cassando na noite de domingo a medida judicial e garantindo, assim, a venda do banco para o grupo espanhol Santander”, completa Ademir.
“Esperamos agora que a CPI das Privatizações, criada na Câmara dos Deputados, investigue a venda de empresas estatais no governo FHC, como o Banespa, buscando contar a verdade sobre a maior entrega de patrimônio público na história do Brasil e punir exemplarmente todos os que cometeram irregularidades e se locupletaram”, propõe o sindicalista.
fonte: Seeb PoA com informações do Correio do Povo